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Política Segunda-feira, 04 de Fevereiro de 2013, 09:41 - A | A

Segunda-feira, 04 de Fevereiro de 2013, 09h:41 - A | A

Poder

Nos EUA, Lula diz que morrerá no palanque

"Eu falo todo dia para a minha mulher: Marisa, não espere que eu morra dentro de casa. Quando eu morrer um dia, vai ser num palanque, vai ser em algum lugar falando alguma coisa, brigando com alguém"

Brasil 247

 

Em discurso para uma plateia de sindicalistas americanos, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo, 3, em Washington (EUA), que vai continuar ativo na política, além de defender enfaticamente o legado de seu governo.

"Eu falo todo dia para a minha mulher: Marisa, não espere que eu morra dentro de casa. Quando eu morrer um dia, vai ser num palanque, vai ser em algum lugar falando alguma coisa, brigando com alguém", disse Lula.

O presidente também aproveitou a ocasião para mandar um recado à sua sucessora Dilma Rousseff. Ele disse que os governos, incluindo o da petista, precisam ouvir os sindicatos.

"O presidente Obama têm de ouvir vocês, a Dilma tem de ouvir os sindicatos, e os argentinos...", disse Lula, na conferência anual da UAW, a maior central sindical do setor automotivo nos EUA.

A presidente Dilma vive nesse momento uma relação difícil com os sindicalistas brasileiros, que têm se queixado da pouca atenção por parte do governo.

Lula defendeu que o movimento sindical americano não pode tolerar a imposição de empresas, como a Nissan, que rejeitam a sindicalização de seus funcionários como requisito para realizar seu investimento no país. Estimulou ainda os sindicalistas a se candidatarem a postos públicos, assim como ele, e não esperar que políticos da elite os represente no Congresso.

"Eu nunca pensei em virar sindicalista, e virei presidente do sindicato; nunca pensei em ser político, e criei um partido; nunca pensei em ser candidato a vereador, a síndico do meu prédio e virei presidente. A luta fez com que eu desse passo atrás de passo", afirmou Lula. "Não há espaço na minha vida para desistir."

A expectativa é que nesta segunda-feira o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, envie ao Ministério Público de São Paulo a acusação do publicitário Marcos Valério de que Lula teria sido favorecido por recursos do mensalão. A denúncia foi feita em setembro do ano passado, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) já julgava o processo.

 

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