O governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB) exonerou a pedido, o 2º sargento da Polícia Militar, João Ricardo Soler do cargo em comissão de Direção Geral e Assessoramento, Nível DGA-8, de Gerente de Contra Inteligência, da Casa Militar. A exoneração foi publicada nesta sexta-feira (29.09), com data retroativa de 11 de setembro, no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso (Iomat).
Soler foi preso na última quarta-feira (27), em sua residência no bairro Ikaraí, em Várzea Grande, durante a Operação Esdras. Ele é apontado pelo desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri como operador do esquema conhecido como "grampolândia pantaneira".
O nome de Soler apareceu como investigado, após denúncia apresentada pelo escrivão do caso grampos, tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que supostamente foi coagido pelo grupo a gravar Perri e a delegada da Polícia Judiciaria Civil, Ana Cristina Feldner.
Segundo a representação do Tribunal de Justiça, que decretou a prisão preventiva, e expedição de mandados de busca e apreensão de militares, Soler seria encarregado de instalar e ensinar a manusear a câmera implantada na farda do escrivão.
“(...) o SGTO SOLER aparece com um equipamento em mãos; QUE o SGTO SOLER é investigado nos autos do INQUÉRITO POLICIAL MILITAR; QUE então o depoente é comunicado que aquele equipamento deve ser colocado em sua farda, pois precisava de uma imagem do DESEMBARGADOR ORLANDO PERRI; QUE reforça que esse encontro foi também na casa do CEL. LESCO; QUE diziam que apenas o áudio gravado pelo depoente não era suficiente; QUE então o SGTO SOLER ensinou o depoente a manusear o equipamento; QUE então combinaram do depoente levar suas duas fardas para que o SGTO SOLER verificasse qual das duas seria melhor para instalar o equipamento”, diz relatório.
Segundo os autos, Soler tinha uma longa experiência em espionagem adquiridas quando serviu o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). No grupo, segundo a representação, Soler participou ativamente das escutas telefônicas clandestinas, sendo ele um dos integrantes do falso Núcleo de Inteligência da Polícia Militar.
“Agora, sua atuação se confirmou na tropelia de instalar – a mando do grupo – na gandola do Ten.-Cel. Soares, o equipamento de gravação audiovisual, que captaria minhas imagens e falas – se preciso editadas –, que tanto necessitavam para assestar a bateria de escândalos contra este Relator”, cita parte do processo.
Além dele, foram presos o coronel Airton Benedito Siqueira, o secretário afastado de Estado de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas, que estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica por suposta participação no esquema dos grampos, bem como os ex-secretários da Casa Militar, Evandro Lesco, a esposa dele Hellen Christy Lesco, e o ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques e outros membros da polícia militar que foram identificados.
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