O governador Mauro Mendes (DEM), em entrevista à imprensa nesta terça-feira (08.06), demonstrou sua insatisfação com os procedimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importação da Sputnik V, da Rússia, comprada pelo Governo de Mato Grosso.
Segundo Mendes, a decisão da Anvisa de “liberar” somente a importação de 1% da população de cada um dos Estados gerou uma nova rodada de conversa entre os governadores, que compõem o Fórum de Governadores da Amazônia Legal e o Consórcio Nordeste e o Fundo Russo, responsáveis pela aquisição das vacinas.
“A equipe técnica nossa, junto com os demais Estados estão trabalhando isso lá junto com o Fundo Russo, porque não era esse o contrato que nós assinamos com eles, então, agora está tendo uma nova conversa, está tendo uma nova rodada de negociação e diálogo, mas eu ainda não tenho a informação como foi essa conversa”, relatou o governador.
Questionado se o Governo pretende abrir diálogo com outros laboratórios que não tenham tanta burocracia, Mendes relatou "que não está fácil encontrar vacina em lugar nenhum do mundo, neste momento". Entretanto, voltou a demonstrar sua insatisfação com a quantidade de doses liberadas para importação aos Estados. Caso a medida vale para Mato Grosso, o Estado receberá somente 35 mil doses, das 1,2 milhão de doses compradas.
“Infelizmente a Anvisa adotou um procedimento muito diferente, que ela adotou inclusive para outras vacinas, mas está ótimo, não tem problema. Os Estados na reunião que nós tivemos, os outros governadores resolveram adotar isso, mesmo sendo 1%, uma quantidade pequena nós iríamos falar com o Fundo Russo porque o contrato que assinamos não é de 1%, foi de 1,2 milhão de doses com cronograma acertado. Ah manda 1% e fica esperando para depois acertar outro cronograma”, reclamou o gestor.
A Anvisa autorizou a importação excepcional e temporária correspondente a doses para vacinação de 1% da população de cada um dos Estados listados a seguir, dentro dos cronogramas enviados para o mês de junho de 2021: Nordeste, Bahia – 300 mil doses; Maranhão – 141 mil doses; Sergipe – 46 mil doses; Ceará – 183 mil doses; Pernambuco – 192 mil doses e Piauí – 66 mil doses.
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Além da limitação em número de doses, a Anvisa também apresentou várias condições para uso da Sputnik V no Brasil. Consta entre elas, a importação somente de vacinas das fábricas inspecionadas pela Anvisa na Rússia (Generium e Pharmstandard UfaVita), obrigação de análise lote a lote que comprove ausência de vírus replicantes e outras características de qualidade e notificação de eventos adversos graves em até 24.
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