O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União) destacou em coletiva de imprensa nesse domingo (1ª.01) que evitou externar sua opinião sobre a intervenção na Saúde de Cuiabá, para não ser usado de forma política pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) como justificativa de sua incompetência.
“Vocês devem ter observado que ao longo destes acontecimentos, depois da intervenção, eu não fiz nenhum pronunciamento, porque poderia tentar, para justificar a incompetência, tentar puxar isso para um viés político, mas é lamentável a sociedade pagar um preço muito caro quando ela tem gestores que não são comprometidos, não tem competência e que às vezes falta até honestidade”, declarou Mauro.
Eu lamento, mas temos que reconhecer que houve, uma série de fatores que chegaram a intervenção, sucessivas trocas de secretários, escândalos, corrupções, prisões de secretários
O governador lamentou a crise de gestão na saúde de Cuiabá ao ponto de uma intervenção. Segundo Mauro, nomeou o procurador do Estado, Hugo Felipe Lima, como interventor por razões técnicas e avalia que sua escolha decepcionou quem apostava na escolha por viés político.
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“Eu lamento chegar a esse estado, que a Justiça tenha determinado ao Estado fazer uma intervenção. Nomeamos o interventor na semana passada, como determinado, escolhemos uma pessoa absolutamente técnica, sem nenhum viés político, como talvez fosse a aposta de muitos. E colocamos lá para que possa executar um trabalho de diagnosticar o que aconteceu, de melhorar a Saúde na Capital em um curto espaço de tempo, criando muitas sinergias com as ações do Governo e acima de tudo cumprindo aquilo que está no teor da decisão”, destacou Mendes.
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Segundo o governador, um dos problemas que deixava o cuiabano em situação de desamparo é a falta de UTI Covid em Cuiabá. Ele afirmou que os 30 leitos de UTIs do Estado e atua para abrir mais leitos, enquanto o município não criou. “Por exemplo, hoje na Capital não tem leito de UTI adulto, não tem leito de enfermaria para Covid. Nenhum cidadão cuiabano se precisar não conta com a Prefeitura, que é referência, que é gestão plena, que recebe dinheiro do Ministério da Saúde para ser gestão plena, para prestar serviço a Capital, a baixada e ao Estado, não tem.”
Contudo, sob o comando do interventor, o Estado pretende retomar o atendimento na Capital. Segundo o governador, o interventor contará com auxílio do novo secretário de saúde, Gilberto Figueiredo, para melhorar a saúde pública de Cuiabá: “Agora sob essa nova administração ao longo da semana ele deverá articular ações conjuntas para abrir esses leitos no município de Cuiabá e o Estado coo-financia isso. Eu acho que a União não está mais financiando, mas o Governo do Estado financia esses leitos, basta ter competência, ter compromisso ir lá e fazer.”
CONTAS ZERADAS - O interventor Hugo Fellipe Lima não efetuou os pagamentos dos fornecedores da Secretaria de Saúde de Cuiabá e Empresa Cuiabana de Saúde porque não havia saldo na conta bancária da Pasta. Sobre a situação, Mendes lamentou lembrando que muitos investimentos estavam parados na unidade desde de quando foi prefeito.
“O hospital estava fechado há muitos anos, abrimos enquanto prefeito, colocamos ali serviços de alta complexidade, neurologia, ortopedia de alta complexidade, cardiologia e ao longo do tempo foi se deteriorando. Tem uma hemodinâmica lá que comprei quando era prefeito, equipamento caríssimo, que custou em torno de R$ 2 milhões, lá em 2016 e nunca funcionou. Não colocaram para funcionar, quer dizer um absurdo isso. Médicos que trabalhavam no Hospital Albert Einstein vinham para cá trabalhar nesse aparelho, na época, e isso está parado até hoje”, lamentou.
PACIENTES DO INTERIOR – O governador também criticou as falas do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro que alega que a Saúde de Cuiabá atende pacientes do interior. Sobre a declaração, Mauro desafiou a procurar uma única linha em que reclamou de atender pacientes do interior quando prefeito de Cuiabá, segundo ele, esse serviço é pago pelo Estado.
“Vem, é verdade, mas a Prefeitura recebe dinheiro para isso, a União paga o município para prestar esse serviço e o Estado paga ao município para prestar esse serviço de ser referência na alta complexidade e assim funciona em todo Brasil”, disse o governador.
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