“Vocês não querem que nós vamos ficar sustentando essas pessoas pro resto da vida, né?”. Esta frase é do governador Mauro Mendes (União) ao responder a uma crítica sobre o projeto que prevê o fim da pesca nos rios de Mato Grosso, pelo período de cinco anos, o qual propõe a redução progressiva do auxílio financeiro concedido aos pescadores ao longo desse período, com a ausência de benefícios após o quarto e quinto ano. Esse aspecto tem gerado preocupações entre os opositores do projeto, que argumentam que essa abordagem pode impactar negativamente os pescadores e suas famílias durante o período de transição.
De acordo com a proposta do governo, o valor do auxílio inicial será de um salário mínimo no primeiro ano, 50% do salário mínimo no segundo ano e 25% do salário mínimo no terceiro ano. O governador Mendes argumenta que é necessário estabelecer um processo de transição inteligente, enfatizando que não é viável sustentar financeiramente os pescadores indefinidamente. Ele sugere a oferta de cursos de qualificação e desenvolvimento de criação de peixes em cativeiro como alternativas para compensar os possíveis impactos na atividade pesqueira. Leia mais: Wilson diz que pescadores não querem esmolas e afirma que Governo propõe pagar R$ 330 no 3º ano proibitivo
Mauro Mendes também sugere que os pescadores, que sobrevivem da pesca, devam procurar outra especialização. “O turismo de pesca é algo que pode gerar riquezas muito maiores para o Estado de Mato Grosso para a sociedade e para os próprios chamados hoje de pescadores profissionais. Temos relatos de algumas regiões do Estado do Mato Grosso aonde esses profissionais trabalhando como guias, trabalhando como piloteiros ali em pousadas turísticas eles ganham salários, remunerações muito melhores”.
O governador diz, ainda, acreditar que há muito pescador profissional “fake” e por isso, o Estado deve fazer um recadastramento para identificá-los, e evitar que recebam o auxílio indevidamente. “Nós temos lá a proposta do seguro desemprego, vamos refazer o cadastro porque há muito indício e no cadastro federal tem muita gente que se declara pescador profissional e tem outras atividades, então nós revisaremos isso e haveremos de dar um seguro, mas para aqueles que realmente precisam, que realmente se dedica à pesca profissional”.
Para reforçar seu ponto de vista, o governador menciona a história da cidade de Nova Iorque, onde a resistência às mudanças tecnológicas quase impediu o desenvolvimento dos primeiros carros. Ele destaca que é preciso criar um processo de transição e migração, evitando a dependência dos pescadores do auxílio financeiro por toda a vida.
No entanto, críticos argumentam que a abordagem proposta pelo governador pode prejudicar os pescadores e suas famílias, pois a redução progressiva do auxílio pode não ser suficiente para garantir sua sustentabilidade durante o período de transição. Eles ressaltam a importância de se oferecer alternativas viáveis e adequadas de subsistência aos pescadores afetados pelo projeto.
A proposta do governador Mauro Mendes foi aprovada em primeira votação na Assembleia Legislativa de mato Grosso, mas ainda passará por uma segunda votação.
Os pescadores e seus representantes esperam ser ouvidos e considerados durante esse processo, a fim de garantir que suas preocupações e necessidades sejam atendidas de forma adequada e justa.
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