Devido à pandemia, muito se tem discutido sobre o adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, previsto para ocorrer em novembro deste ano, porém, o assunto tem gerado divergência entre muitos parlamentares, inclusive daqui de Mato Grosso. Nesta terça-feira (19.05), o deputado federal José Medeiros (Pode), durante entrevista ao programa Debate da CNN, se manifestou contra o adiamento das provas, já que, segundo ele, “quem tem vontade, caça jeito”.
O parlamentar acredita que o adiamento do Enem trará “grandes prejuízos” aos alunos e “não faz muito sentido”, já que, segundo ele, implica no direito da pessoa à educação, que é constitucional.
Um dos motivos do pedido de adiamento da prova envolve o fato de que as aulas estão suspensas devido à pandemia do novo coronavírus e, algumas dessas pessoas que estão sem aulas, sequer têm condições de estudar de forma independente, dado alguns fatores, como a desigualdade social e falta de acesso à internet.
Quanto a isso, Medeiros declarou: “A grande maioria, isso beira os 80% da população, tem acesso à internet. Quando não existia internet, como é que a gente fazia vestibular? como é que vocês estudavam? Manoel de Barros dizia, quem tem vontade caça jeito, então quem está se preparando para o Enem, está se preparando. Não vejo a falta da questão digital como justificativa, então sim, sou a favor de que mantenha o calendário do Enem”.
Posteriormente, Medeiros ainda declarou que as “desigualdades [sociais] existem”, no entanto, esse problema não dá para ser resolvido em meio a uma pandemia. Em seguida, o deputado voltou a falar sobre o adiamento das provas e afirmou que, caso ocorra, a vida das pessoas será atrapalhada “sem muito sentido”.
“Como elas [desigualdades sociais] existem, não vai ser a data do Enem três meses para frente ou para trás que vai aprofundar ou diminuí-las. A desigualdade nós temos que enfrentar e temos que enfrentar com a educação”, acrescentou.
Já o senador Wellington Fagundes (PL-MT), líder do Bloco Parlamentar Vanguarda, defende o adiamento do calendário de provas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Wellington relatou que os estudantes, principalmente alunos das escolas públicas das periferias, foram negativamente afetados com a inevitável suspensão das aulas. Segundo ele, muitos daqueles que estavam se preparando para enfrentar o Enem em novembro próximo, “não têm acesso à internet para prosseguir seus estudos a distância, muito menos dinheiro para pagar professores ou aulas particulares”.
Essa situação atual, de acordo com Fagundes, “inviabiliza totalmente o princípio da igualdade de oportunidades”, fato que já foi reconhecido pelo próprio Tribunal de Contas da União (TCU) em recente manifestação ao Ministério da Educação (MEC).
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