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Ministro da Agricultura, senador licenciado Blairo Maggi (esquerda) e o ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta
Conhecido como “Rei da Soja” e homem mais poderoso do agronegócio brasileiro, o atual ministro da Agricultura elegeu-se senador pelo PR em 2010, quando declarou à Justiça Eleitoral ser dono de um patrimônio R$ 152,4 milhões. Multiplicando a cifra apenas pela inflação acumulada no período, são mais de 239,7 milhões de reais em valores atuais. Além de senador e ministro, Blairo foi governador do Mato Grosso entre 2003 e 2010. Em 2005, venceu o inglório troféu “Motosserra de Ouro” do Greenpeace, tornando-se também o “rei do desmatamento”. Clique Aqui e confira matéria na íntegra.
Em 2015, Maggi alcançou pela primeira vez a lista de bilionários da revista Forbes, com fortuna da ordem de 1,2 bilhão de dólares. Fundador do Grupo Amaggi, atua nas áreas de sementes, insumos para plantio de soja, produção agrícola (algodão e milho, além de soja), pecuária, fertilizantes e químicos, processamento de soja, transporte fluvial, administração de portos e produção de energia.
Segundo o BNDES, desde 2008 empresas do Grupo Amaggi já captaram mais de R$ 288 milhões em empréstimos públicos para financiar seus investimentos. Em 2016, a revista Exame considerou a Amaggi a 39ª maior corporação do Brasil em volume de vendas líquidas.
Como governador, Maggi formou a base de apoio do segundo governo Lula. No Senado, continuou apoiando o PT, principalmente no primeiro mandato de Dilma Rousseff. No entanto, após a reeleição da presidente, passou a criticar o governo e engrossou o coro pelo impeachment. Após isso, deixou o PR e passou para o PP, integrando o governo Temer.
Em setembro do ano passado, o ministro foi alvo da Operação Malebolge, da Polícia Federal. De acordo com denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República, Maggi solicitou ao então presidente do BicBanco, José Bezerra de Menezes, que fizesse empréstimos ao ex-secretário Eder de Moraes para cobrir um rombo de R$ 130 milhões deixados pela gestão de Blairo como governador de Mato Grosso.
“Entre 2005 e 2014, vários empréstimos foram realizados perante a instituição financeira BicBanco com finalidade diversa da contratualmente estipulada. Os recursos provenientes dos empréstimos foram utilizados para pagamento de dívidas políticas e eleitorais dos investigados e posteriormente quitadas, de forma dissimulada, com a utilização de pessoas jurídicas diversas, ligadas ao grupo político de Blairo Maggi e Silval Barbosa”, denuncia a PGR.
Outra figurinha carimbada na lista dos políticos milionários é Otaviano Olavo Pivetta (PSB), ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, que governou a cidade em dois períodos: 1997-2004 e 2013-2016. Em 2016, concorreu à reeleição, mas foi derrotado por Luiz Binotti (PSD) por 242 votos. Fundador do grupo Terra Santa Agro, um dos maiores produtores de grãos do Brasil, Pivetta chegou a ser o maior acionista individual da companhia e membro do conselho de administração. Em fevereiro do ano passado, ele vendeu todas as suas ações da corporação. De acordo com o TSE, seu patrimônio é de R$ 359,6 milhões.
Seu nome é relacionado no quadro de sócios e administradores de outras 12 empresas no Brasil. Segundo sua declaração de bens, seu maior patrimônio está na Agropecuária Margarida, localizada em Nova Mutum (MT). A empresa, de acordo com o BNDES, já recebeu empréstimos públicos de R$ 14,8 milhões desde 2012.
Na última eleição, Pivetta foi declarado inelegível pelo TRE-MT, que se baseou num parecer do TCU que incluía seu nome em uma lista de gestores públicos flagrados em mau uso de verbas federais. A irregularidade residia na compra uma ambulância no valor de R$ 110 mil, sendo R$ 56,9 mil do veículo e R$ 53 mil dos equipamentos para utilização como serviço de saúde móvel através de convênio, de 2002, com o Ministério da Saúde. O contrato, que foi identificado como superfaturado, foi parar na Operação Sanguessuga.
Por conta dessa aquisição, Pivetta foi denunciado pelo MPF em 2008 por peculato e fraude em licitação. Em janeiro do ano passado, o ex-prefeito foi absolvido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que considerou que não havia provas da participação de Pivetta no esquema das sanguessugas.
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