O deputado estadual Lúdio Cabral (PT), em entrevista à imprensa, fez duras críticas ao governador Mauro Mendes (União), acusando-o de desrespeitar de forma sistemática os trabalhadores da Educação do Estado de Mato Grosso.
Segundo o parlamentar, o governador se recusou a cumprir uma Lei Estadual que garantia reajustes anuais aos profissionais da educação ao longo de 10 anos. Cabral ressaltou que 2023 seria o último ano desse aumento para recompor a remuneração dos educadores. "O governador negou isso durante todo o primeiro mandato e continua negando, mesmo tendo uma arrecadação, números e margem orçamentária que permitiriam melhorar a remuneração dos profissionais da educação", afirmou.
Em relação à Paralisação Estadual - Marcha em defesa da Educação Pública, da valorização salarial e da carreira, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintep/MT) e agendada para o dia 28 de junho, Lúdio expressou seu apoio e afirmou que considera justa essa mobilização. Ele ressaltou que a pauta da paralisação abrange não apenas a remuneração, mas também as condições de trabalho, o respeito aos aposentados e pensionistas, além do fechamento de escolas.
Embora não tenha mencionado nomes, o deputado acusou o Governo do Estado de fechar duas escolas estaduais em Várzea Grande, citando o exemplo de alunos que se depararam com os portões trancados esta semana. Lúdio também mencionou escolas abandonadas na cidade, como a Escola Estadual Militar Tiradentes Tenente Coronel Louirson Rodrigues Benevides (antiga Nadir de Oliveira), localizada no Jardim Glória. Moradores relatam que a escola está abandonada e tomada pelo mato, servindo como esconderijo para criminosos e outros fins. A obra, orçada em mais de R$ 3 milhões, enfrenta atrasos devido ao descumprimento do contrato pela empresa contratada. Leia matéria relacionada - Governo abandona obra de escola militar em VG: Reforma milionária é deixada às traças
Outro exemplo citado foi a Escola Estadual Júlio Strubing Müller, próxima à Praça Áurea Brás, na região central do Cristo Rei, que costumava ser uma referência em educação no município, mas agora está abandonada, sendo frequentada por usuários de drogas e moradores em situação de rua, tornando-se uma espécie de "cracolândia". Lei matéria relacionada - Abandonada há mais de 1 ano, escola estadual em VG virou "cracolândia"
Questionado sobre o fato de haver poucos protestos e greves dos profissionais da educação durante os cinco anos de mandato de Mauro Mendes, exceto pelo movimento ocorrido no primeiro ano, que durou quase 80 dias e causou prejuízos aos trabalhadores, o deputado do PT explicou que o Estado enfrentou um momento difícil devido à pandemia da Covid-19, o que dificultou qualquer tipo de mobilização, além de ser um ano eleitoral.
"A paralisação em massa durou 75 dias, mas o governo cortou o salário dos profissionais, o que foi extremamente prejudicial para quem dependia da renda para sustentar suas famílias. No ano eleitoral (2022), a oposição - encabeçada pela primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, e Vanderlúcio Rodrigues - não conseguiu articular uma chapa que fizesse um enfrentamento adequado ao governador, e isso resultou na reeleição de Mendes", afirmou o parlamentar.
Cabral concluiu dizendo que os profissionais da educação continuarão lutando por suas reivindicações e planejam fazer mobilizações todos os meses para expressar sua insatisfação e protestar contra o governador Mauro Mendes e sua falta de respeito pela categoria.
Outro lado - O 
também tentou entrar em contato com a assessoria da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para verificar a veracidade das acusações feitas pelo deputado, mas também não recebeu resposta. O espaço está aberto para manifestações.
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