As polêmicas envolvendo a senadora de Mato Grosso, Selma Arruda (PSL) estão longe de acabar. Desta vez, o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) e o jornalista Kleber Lima, ex-marqueteiro da campanha da senadora em 2018, são os protagonistas do “novo enredo” de Selma.
Wilson e Kleber foram depor na terça-feira (12.03), na Polícia Federal, apontados pela senadora como testemunhas de uma suposta extorsão que ela teria sofrido durante a campanha de 2018, quando candidata ao Senado Federal.
Em dezembro de 2018, por meio de uma live, Selma Arruda afirmou que foi extorquida três vezes durante a campanha para que a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), da qual é alvo por suposto caixa dois e abuso de poder econômico que tramita no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MT) não prosperasse.
Em recente entrevista ao Jornal Correio Braziliense, Selma Arruda voltou a reafirmar que havia sido extorquida durante a campanha, porém, não revelou nomes.
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Confira áudio divulgado pela senadora Selma
Depois que Kleber Lima e Wilson Santos negaram na Polícia Federal terem presenciado a suposta extorsão, a assessoria da senadora divulgou um áudio em que o ex-marqueteiro diz a Selma que foi procurado pelo deputado Wilson, propondo que ela pagasse ao empresário Júnior Brasa, da Genius Publicidade, R$ 600 mil referente ao contrato que havia sido rompido pela juíza aposentada e que é cobrado pelo empresário na Justiça. Veja transcrição do áudio.
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“Dra. Selma, boa noite. Eu vou transmitir um recado pra senhora por desencargo de consciência. Eu até já disse pra a pessoa, que a senhora não tinha interesse, mas aí minha consciência está me acusando porque não a consultei. Se a senhora ficar brava não precisa me xingar, só me ignorar. O Brasa procurou o Wilson Santos, e ele me chamou lá ontem (Wilson), eu estive lá, ele me propor um acordo com a senhora, (ele quem, Brasa) porque ele estaria sendo procurado pelos advogados de outras partes para ver se ele não pode testemunhar para estas pessoas, mas ele não tem interesse de testemunhar para estas pessoas, porque o interesse dele é resolver com a senhora. Aí eu falei com Wilson, quanto ele quer pra resolver? Aí ele disse R$ 600 mil. Eu disse que pro Wilson pessoalmente, que acho que o Brasa não vale mais nada nesta altura do campeonato, porque a ação que incomoda a doutora, é a ação de impugnação do registro, esta ação não é dele mais, do Brasa é do Ministério Público, ele sequer pode retirar a ação. A de cobrança, assim, eu não acredito que ela vai querer pagar R$ 600 mil, porque ela não deve isso, ela disse que não deve isso”, texto extraído da gravação.
Ao oticias, Kleber Lima confirmou que o áudio é dele mesmo e que já explicou à Polícia Federal na terça-feira (12.03), e que prova o que ele está dizendo, que não houve nenhuma tentativa de extorsão.
“Eu lamento profundamente que a senadora Selma se valha de um expediente tão baixo que é quebrar um sigilo profissional das conversas que eu tive com ela para tentar se defender, porque isso não a defende, isso só mostra que ela não é uma pessoa de confiança, e eu receio que ela vai ter dificuldade de se relacionar na política, porque ninguém mais vai querer conversar com ela, com medo dela gravar e depois espalhar os áudios por aí, o que é pior, deturpando o conteúdo”, disse Kleber Lima.
Lima disse que não é testemunha de nenhuma tentativa de extorsão, e o áudio, que a senadora, “sorrateiramente vaza” quebrando uma relação de confiança, só prova que ela está forçando a barra, por desespero de causa com medo de perder o mandato.
“Eu lamento que ela me envolva nisso, eu não trabalho mais pra ela. Eu fiquei surpreso quando cheguei na Polícia Federal e fiquei sabendo do que se tratava. Lamento profundamente que ela tenha me usado para sustentar uma tese maluca que dificilmente terá êxito”, declarou Kleber Lima.
Já o deputado Wilson Santos disse que por meio de sua assessoria, que não vai se pronunciar sobre o assunto.
A assessoria da senadora disse que Selma Arruda foi ouvida na Polícia Federal depois que o Tribunal Regional Eleitoral pediu instauração de inquérito, após uma Live no Facebook. “Ela foi ouvida na PF depois que o TRE pediu a instauração de inquérito, após uma Live no facebook que disse ter sido vítima de extorsão, isso aconteceu em dezembro. Neste momento ela relatou tudo”, afirmou assessoria da senadora.
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