O deputado estadual e presidente da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Lúdio Cabral (PT), relatou em entrevista à imprensa nesta terça-feira (16.05), os problemas encontrados durante uma vistoria realizada no Hospital Estadual Santa Casa.
Segundo o deputado, foram constatados problemas de infraestrutura, péssimas condições de trabalho e queda nos atendimentos. Lúdio também ressaltou a precariedade das condições de repouso dos profissionais da enfermagem, que se assemelham a condições análogas à escravidão.
“Não seria exagero dizer que essas condições de repouso se assemelham as condições de trabalhadores em condições análogas à escravidão, um quadro gravíssimo para os profissionais da enfermagem que atuam no hospital, repouso sem janela, sem ventilação, sem iluminação, um ambiente insalubre, com infiltração, com problemas em instalação elétrica, hidráulica, com problemas de instalações sanitárias, um espaço físico insuficiente, no dia que fizemos a visita os colchões estavam sendo substituídos, então o problema é grave”, afirmou.
Conforme o deputado, a equipe técnica fez um confronto entre as informações que constam no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde e os serviços que estão em funcionamento. O levantamento foi realizado comparando a produção hospitalar da Santa Casa, em relação ao período de três anos de funcionamento quando era a antiga Santa Casa de Misericórdia, aos três anos de funcionamento da Santa Casa Estadual, e foram constados uma redução na quantidade de procedimentos hospitalares.
O levantamento indicou cerca de 13 mil procedimentos no período em que era a Santa Casa de Misericórdia, e 7 mil procedimentos no período do hospital estadualizado, ou seja, uma queda de 6 mil. O período comparado é entre os anos de 2016 a 2022, a redução no volume de procedimentos é de quase 50%.
Conforme Lúdio, em relação à comparação das condições do hospital feitas pelo denunciante, 70% dos problemas persistiam e uma parte não foi possível constatar porque eram fatos que já haviam acontecido como, vazamento de esgoto após chuva, presença de ratos, baratas. No entanto, há relatos com fotos na denúncia que comprovam os fatos.
Lúdio afirma que uma das principais preocupações com a Santa Casa, se dá pelo fato do Estado ter a pretensão de inaugurar o Hospital Central no segundo semestre. Pois existe um “murmúrio” de que os serviços da Santa Casa podem ser transferidos para o hospital Central.
“Já há um murmúrio de que serviços da Santa Casa poderiam ser transferidos para o Hospital Central, e ao invés de termos uma ampliação de serviços, nós teríamos apenas a substituição. Por isso, nossa preocupação é que os serviços da Santa Casa precisam ser mantidos, agora logico que essas condições estruturais precisam ser asseguradas e resolvidas”, finaliza.
Ele afirmou que a equipe técnica fará um novo conjunto de estudos e uma nova visita será realizada após 60 dias para verificar a situação do hospital.
Os relatórios da vistoria serão encaminhados para o Ministério Público, Corpo de Bombeiros, Secretaria Estadual de Saúde, Ministério Público do Trabalho e para a direção da Santa Casa.
Atualizada às 17h10 - Outro Lado - A reportagem do 
entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde, que respondeu por meio de nota.
Confira Nota na íntegra:
"A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) informa que o Hospital Estadual Santa Casa atuou como referência no atendimento de pacientes com Covid-19 e transformou todos os leitos de UTI e enfermaria em alas de tratamento do coronavírus, fato que impactou o atendimento das demais especialidades ofertadas pelo hospital. Durante a pandemia, a unidade realizou somente cirurgias de urgência e emergência, contudo, os atendimentos das demais especialidades já foram retomados.
Quanto à estrutura do Hospital Estadual, é importante esclarecer que a unidade possui Alvará sanitário e para funcionamento, na medida em que segue regularmente os protocolos de Vigilância. Adequações pontuais de estrutura são feitas continuamente, tendo em vista que o prédio tem mais de 100 anos.
Ainda não foram divulgadas informações oficiais sobre o início do funcionamento do Hospital Central".
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