O governo do Estado de Mato Grosso destinou apenas R$ 42.696,00 mil para implementação da política de mudanças climáticas, de acordo com dados analisados pela reportagem do na Lei Orçamentária anual (LOA) de 2024. Em 2023, o orçamento previsto era menos que a metade disso, sendo R$ 20.420,00 mil.
A necessidade de políticas públicas voltadas para os efeitos das mudanças climáticas nos Estados é uma realidade do país. Em Mato Grosso, a seca, as enchentes e os incêndios precisam de investimentos em políticas públicas de prevenção.
Os efeitos das mudanças climáticas ganharam proporções em razão das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul e pelos incêndios florestais, que atingem o Pantanal mato-grossense.
O município de Cáceres (a 214 km de Cuiabá), que sofreu com as chuvas do mês de fevereiro, não contou com recursos emergenciais do Estado. A falha no sistema de drenagem também revelou a necessidade de investimento em prevenção.
À época, o Governo Federal e emendas parlamentares da Assembleia Legislativa socorreram Cáceres emergencialmente. O Governo Federal destinou R$ 2.681.705. Já a Assembleia, R$ 301.883,28 em emendas. Somadas, as quantias chegam ao valor total de R$ 3.240.471,56. Já o Governo de Mato Grosso entregou 500 cestas de alimentos e kits de higiene e limpeza para o município de Cáceres.
O presidente da Assembleia Legislativa (AL/MT), deputado Eduardo Botelho (União) afirmou que é preciso criar um plano contra catástrofes ocasionadas por eventos extremos. Botelho sugeriu a criação de um fundo destinado para a finalidade. O deputado admitiu que faltam recursos. “Muitas vezes temos o plano, mas não temos dinheiro. É preciso ter as duas coisas.”
O presidente da Câmara Setorial de Mudanças Climáticas da Assembleia de Mato Grosso (AL/MT), deputado estadual Júlio Campos (União), afirmou que irá entregar o resultado da comissão dos trabalhos ainda neste mês. Ele alertou para a possibilidade de se repetir este ano o grande incêndio, que ocorreu no Pantanal mato-grossense em 2020.
Em entrevista ao , o geólogo Caiubi Kuhn, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e presidente da Federação Brasileira de Geólogos (FEBRAGEO) alertou sobre o risco de enchentes em Cuiabá e Várzea Grande. Segundo ele, a Usina do Manso não garante o fim das inundações nos municípios, considerando que as fortes chuvas no lado direito do rio Cuiabá, onde está localizada a cidade, podem aumentar o volume da água e provocar enchentes.
Incêndios florestais
Após cobranças dos municípios e dos setores organizados, o Governo se movimentou e elevou o orçamento para redução de incêndios florestais. Segundo dados da Secretaria de Fazenda previstos no orçamento estadual, em 2023 consta R$ 4.925.780,00 para a finalidade e neste ano, o orçamento se elevou para R$ 7.363.804,00.
Em abril deste ano, o Governo anunciou um plano de atuação integrado para combater incêndios florestais nos três biomas do Estado com a criação de “Salas de Monitoramento de Incêndios Florestais” e a contratação de brigadistas municipais. A cooperação inclui também a participação de produtores rurais.
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