Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), disse não compartilhar com tudo o que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse quanto a disseminação do Covid-19, bem como negou estar alinhado ao presidente.
Bolsonaro tem tratado a pandemia como uma “gripezinha” e defende que o Brasil deve voltar à normalidade. Na semana passada, em pronunciamento, ele criticou as medidas de isolamento e defendeu que o isolamento domiciliar seja recomendado apenas para pessoas comprovadamente infectadas, idosas ou que tenham alguma comorbidade prévia.
Após as declarações e novo decreto de Bolsonaro, flexibilizando as medidas restritivas, Mendes também editou um decreto onde liberou parte dos comércios do Estado para funcionar, inclusive, shopping centers.
Na entrevista, ao ser indagado porque flexibilizou as regras para a quarentena em Mato Grosso, disse que não mudou praticamente nada. “A única mudança que teve é que em um decreto nós proibíamos shopping e neste decreto abrimos. As demais restrições de convívio social, de aglomeração de pessoas e qualquer tipo de movimento social continuam valendo” respondeu.
E ainda, afirmou que “nunca proibiu em Mato Grosso o exercício das atividades econômicas, até porque estamos seguindo o protocolo técnico”. “Para salvar vidas, ele é necessário, mas tem que ter a hora certa para aplicar. O País vai quebrar de uma maneira que nunca mais se recupera” disse.
Quanto a rever a medida mais flexível, Mendes respondeu que “não se pode aplicar um remédio na hora errada. As medidas restritivas precisam ir evoluindo, porque, segundo os cientistas é impossível o vírus não contaminar a população”.
Em relação a liberação do funcionamento dos shoppings, Mendes declarou: “Qual a diferença de entrar num supermercado, que estão cheios no Brasil inteiro, e entrar num shopping e ir determinada loja? Vai ter muito menos gente no shopping, onde não permiti o funcionamento das praças de alimentação”.
Indagado sobre estar alinhado ao presidente Bolsonaro, o governador foi enfático ao negar. “Eu não estou alinhado. Eu não compartilho com tudo o que o presidente disse” e complementou: “Respeitosamente ao nosso presidente, mas não é momento dele ficar dando cutucada em ninguém. Não é o momento de ficar criando problemas. Nós estamos tendo hoje uma grave crise na saúde, que vai se transformar numa grave crise econômica e pode virar uma grave crise política. A combinação dos três é explosiva”.
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