VG Notícias
prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB)
O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB) concedeu entrevista ao VG Notícias e falou sobre os contratos da área da saúde, da CAB e o VLT, ainda de como será sua relação com os vereadores.
VGN – Prefeito, quais serão as suas primeiras medidas à frente da Prefeitura de Cuiabá?
No dia seguinte à posse vou assinar uma série de atos e decretos para garantir o controle sobre a máquina administrativa, contingenciar despesas e gastos, promover avaliação de conformidade em todos os programas e contratos, produzir um amplo diagnóstico da realidade, introduzir o modelo de administração gerencial e o planejamento estratégico para a gestão. Temos uma série de ações emergenciais para ser desencadeadas para garantir a matrícula nas creches; o início do ano letivo; vamos organizar em parceria com as associações de moradores uma ação preventiva, ainda no período das chuvas, contra a proliferação do mosquito que transmite a dengue, a zika e a chinkungunha; retomar obras que estão paralisadas ou em ritmo lento. Tudo isso sem perder o controle das finanças, para garantir que a prefeitura tenha capacidade de honrar seus compromissos.
VGN- É comum os novos prefeitos realizarem auditorias em contratos e despesas a pagar do município, assim que assumem a gestão. O senhor pretende adotar essa medida em sua gestão?
Sim. Vamos fazer auditoria em áreas vinculadas à saúde e realizar avaliação de conformidade em todos os grandes contratos.
VGN - Como o senhor pretende resolver questões críticas e que estão próximas do colapso como da política de água e esgoto e do sistema de transportes municipal?
Durante a campanha assumi compromisso de retirar a CAB de Cuiabá por descumprimento de cláusula contratual. O prefeito Mauro Mendes fez uma composição com a CAB. Primeiro eu quero tomar conhecimento completo da situação para num prazo máximo de 90 dias tomar a melhor decisão para o município, para tirar Cuiabá do atraso na área do saneamento.
VGN- Quais são as medidas que deve adotar para melhorar a Educação, Segurança Pública, e a Saúde de Cuiabá que sempre são bastante cobradas pela população?
Vamos eliminar gargalos e modernizar a gestão para garantir a prestação de melhores serviços e para que o atendimento chegue lá na ponta onde está o cidadão. Não vou ficar esquivando e dizendo que tal problema é estadual, federal ou municipal. Se o problema atingir Cuiabá e prejudicar seus moradores, então o problema é meu também, é problema do prefeito.
VGN - Mesmo alegando crise, a Prefeitura de Cuiabá arrecadou mais impostos neste ano, mesmo assim a atual administração alega dificuldades. Como incrementar receita sem aumentar impostos?
Queremos melhorar o perfil da gestão para otimizar o aproveitamento dos convênios com os governos federal e estadual. Vamos atrás de todos os recursos possíveis, estejam onde for. Atualmente a prefeitura perde muitos recursos por falta de acompanhamento. Nosso esforço fiscal terá que ser enorme para realizar a travessia durante a fase mais aguda da crise.
VGN – Falando em crise, o Governo Federal e Estadual, e até alguns municípios entram 2017 tentando cortar gastos e já não falam em concurso público. Como o senhor irá tentar cumprir uma de suas promessas de campanha?
Vou agir com transparência e falando a verdade. Quero o servidor de Cuiabá ao meu lado, melhorando o atendimento da população. Vamos fazer todo esforço para melhorar as receitas e assim garantir os serviços públicos funcionando. Tenho consciência do tamanho da crise que se avizinha e ameaça desabar sobre as finanças públicas. Será preciso muita cautela para não dar nenhum passo em falso.
VGN - Como legislador, o senhor sempre cobrou do Executivo uma mais integração nos interesses da sociedade. Como será sua relação com uma Câmara Municipal que tem 25 vereadores?
Uma relação franca e aberta. Os poderes devem ser independentes e harmônicos. Meu interesse é o bem estar do cidadão e a melhoria dos indicadores sociais do município. Os vereadores, enquanto representantes deste mesmo povo, também tem objetivos idênticos aos meus. Vamos somar, vamos unir, vamos colocar nossa energia e talento para construir uma cidade mais justa com seu povo, principalmente os mais vulneráveis social e economicamente.
VGN - O governo do Estado anunciou a retomada das obras do VLT como sempre foi defendido pelo senhor na Assembleia. Só que essas obras passam pelas Prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande. Qual será seu posicionamento, pois para funcionar o VLT precisará de um reordenamento no sistema de ônibus.
Eu fui criador e presidi na Assembleia a comissão pela retomada do VLT. Agora que o governo do estado anuncia que pretende retomar e concluir as obras eu fico feliz. O VLT é solução para o transporte público, para a melhoria no transito e no embelezamento da cidade. Tudo aquilo que vier para melhorar Cuiabá terá nosso apoio e nosso aplauso. Sorte que o governo decidiu fazer aquilo que já falávamos desde 2015.
VGN - Na conturbada relação do Município com a CAB ficou o impasse entre manter a concessão por 30 anos ou anular a mesma. Qual será o encaminhamento do senhor em relação à política de abastecimento e esgotamento sanitário?
Queremos avançar na universalização do serviço de esgotamento sanitário e melhorar a qualidade e a perenidade no fornecimento da água tratada. Vou analisar e avaliar as decisões do atual prefeito a respeito da CAB e pretendo ter um diagnóstico definitivo em 90 dias, como já expus anteriormente.
VGN - Ao retomar os serviços de água a esgoto, Cuiabá chama para si mais de 150 milhões em contas de energia elétrica atrasadas desde o funcionamento da Sanecap. Como resolver mais este problema, sem contar que a CAB deverá acionar a Justiça para ser ressarcida os recursos pagos a título de outorga onerosa?
A CAB descumpriu clausula do contrato, sendo passível a sua anulação, mas vou tomar uma decisão de forma tranquila e após analisar todos os aspectos técnicos e jurídicos.
VGN - Prefeito o senhor quando deputado estadual não conseguiu ter uma “boa relação” com o governador Pedro Taques (PSDB), e nos últimos dias seus aliados políticos voltaram a criticar o governo. Como o senhor irá lidar com essa situação e fazer com que Cuiabá não seja prejudicada nessa “guerra política”?
Não existe guerra política. Nós formos adversários na campanha eleitoral. Encerrada a campanha, eu sou prefeito de todos os cuiabanos, não vou fazer uma gestão olhando a cor da camisa. Tenho certeza que o governador também é o governador de todos os mato-grossenses e cuiabanos. Da minha parte podem esperar uma relação republicana, respeitosa, institucional e harmônica.
VGN – Prefeito, gostaria que o senhor fizesse suas considerações finais e deixasse uma mensagem para a população de Cuiabá.
Foi uma longa caminhada até aqui. Uma caminhada que começou nas ruas. Nasceu do diálogo com o povo cuiabano. E, apesar de reconhecer o tamanho das dificuldades, eu percebi também que as pessoas tinham esperança no coração. Não posso e não vou decepcionar essas pessoas. Amo essa cidade. Nasci aqui e quero morrer aqui. E quero oferecer os próximos quatro anos da minha vida a serviço de Cuiabá, a terra amada em que nasci. Eu serei um prefeito comprometido, um prefeito que vai suar a camisa, que vai fazer tudo o que é possível, para devolver a essa cidade o brilho e o respeito que ela merece.
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