O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) afirmou em entrevista à imprensa nesta sexta-feira (07.06), que a aproximação de facções criminosas com a classe política só existe porque a segurança pública não funciona. Ao criticar a atuação de combate às facções criminosas, repercutidas após a operação Ragnatela, Emanuel afirmou que o governador Mauro Mendes (União) coloca mais policiais para fazer a segurança de sua família do que nos municípios.
“Mato Grosso é um Estado onde a maioria dos municípios não têm dois soldados, não tem três soldados, e o gabinete do governador tem quase 100 soldados, para servir a segurança do governador e sua família. É questão de bom senso, o que está fazendo com mais 100 homens em seu gabinete”, declarou o prefeito.
Emanuel concordou com as críticas do deputado federal Abilio Brunini (PL), que cobrou responsabilidade do Governo do Estado e da Segurança Pública de Mato Grosso em relação ao domínio do “narcoestado” no Estado.
“O deputado Abilio matou a pau - o narcoestado está vencendo a guerra da segurança com o Estado -. Acabou a segurança pública no Estado, na semana passada foram assassinadas 10 pessoas aqui em Cuiabá. Está assustador, o Comando Vermelho está avançando. Temos um estado que se recusa investir no policiamento, na Polícia Militar.”
Conforme o prefeito, o Estado perde tempo discutindo colocação de ar condicionado em presídio, enquanto o mundo paralelo do crime se consolida no Estado. “Perde mais tempo discutindo ar condicionado para presídio do que efetivar a segurança da população, que está à mercê da própria sorte, as facções avançando. Não adianta mudar o foco para Emanuel porque tiro fotos ou tomo Heineken.”
Com críticas ao secretário de Estado de Segurança Pública, César Augusto Roveri, o prefeito avalia que o Estado está desmoralizado por não combater o avanço das facções. Segundo ele, o comandante-geral da PM, coronel Alexandre Mendes, é mais famoso que Roveri por atuar como um guerreiro trabalhando no limite, sem apoio do Estado.
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