O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) criticou a gestão da intervenção estadual na saúde pública da Capital em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (1º.02). Ele descreveu uma herança de caos após receber um relatório de mais de 500 páginas entregue pelo secretário de Saúde de Cuiabá, Deiver Teixeira.
“Se queriam um caos, criaram um caos. O pouco que já vimos do relatório, conseguiram acabar com a saúde, desestruturaram, arrebentaram com a atenção primária, segundaria e terciária. Arrebentaram com a regulação”, detalhou o prefeito.
Entre as denúncias, a mais grave apresentada pelo prefeito é o aumento de 87% nas mortes no Hospital São Benedito. Ele classificou os gestores da intervenção como “nazistas cuiabanos” em razão das transferências irregulares.
“Nazistas cuiabanos, esse pessoal, o Gabinete de intervenção do Estado e seus superiores mataram o dobro de pais de família, sabendo que eles [pacientes] não tinham condições de ser transferidos para o Hospital São Benedito. Segundo relatos de técnicos, que explanaram aqui, o São Benedito dobrou o número de óbitos, sem pandemia, sem alta complexidade, porque o Hospital deixou de fazer cirurgias de alto complexidade. Sem nenhum motivo que pudesse justificar dobrou o número de óbitos, ou seja, transforaram o Hospital em uma câmara de gás”, destacou o prefeito.
O prefeito deduz que decisão de transferir pacientes a um hospital sem atendimento especializado foi por intenção de “baratear os custos da UTIs”, entretanto, afirma que a decisão custou a vida de mato-grossenses.
Indignado, Emanuel afirma que a intervenção deixou os seres humanos morrerem e enfatiza que irá denunciar em todos os órgãos competentes. “E a família padecendo sem informações verdadeiras. Eles sabiam que não tinham a estrutura para enfrentar a complexidade do estado de saúde daquele paciente.”
Emanuel afirmou que, em nove meses e meio, aumentaram em R$ 131 milhões a dívida do município na Saúde. Ele afirma, que o Governo do Estado está enganando o Ministério Público, o Tribunal de Contas e o Poder Judiciário. “Não pagaram o passivo, receberam R$ 100 milhões do Estado a mais, do que no meu período, e conseguiram deixar como herança a saúde de Cuiabá com mais R$ 131 milhões em dividia.”
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Outro lado - Em nota, o Gabinete de Intervenção informou que ainda não tomou conhecimento da fala do prefeito da capital, mas informa que: "Todos os números de atendimentos médicos, ambulatoriais e de UTIs tiveram aumento porque o Hospital São Benedito estava praticamente fechado antes da intervenção assumir a saúde da capital."
"Ou seja, só por essa informação já é possível constatar que trata-se de mais uma conversa fiada do prefeito Emanuel Pinheiro que, ao invés de trabalhar e garantir atendimento digno à população, cria cortina de fumaça para acobertar o caos que é sua gestão."
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