O presidente da Frente Parlamentar Mista dos Municípios e de Apoio aos Prefeitos e Vice-Prefeitos do Brasil (Fremaprev), deputado Júlio Campos (DEM/MT) foi ovacionado e aplaudido de pé por prefeitos, vice-prefeitos e vereadores de todo o Brasil, na solenidade de entrega do Prêmio da Associação Nacional de Prefeitos e Vices (ANPV) que selecionou os 100 prefeitos que se destacaram em sua gestão, no aspecto de cidades mais sustentáveis do Brasil.
Seu discurso foi um relato da via-crúcis enfrentada pelos prefeitos de todo o país em seu dia-a-dia, com inúmeras responsabilidades, fiscalizações e pouquíssimos recursos para fazer a gestão pública. “O grande sofredor da gestão pública brasileira são os prefeitos e prefeitas. Pois a Constituição determinou que sua parte no bolo tributário seria de 21% e atualmente após vários mecanismos e manobras do Governo Federal, recebem apenas 13%”, avaliou o parlamentar.
Ele destacou que a União, o Estado são entes figurativos e que o ente onde se vive, mora e consome é o município, e mesmo assim os recursos destinados aos municípios são muito aquém de suas necessidades. Para ele, os prefeitos não deveriam estar em Brasília reivindicando emendas, mas deveriam ter esses recursos embutidos no Fundo de Participação dos Municípios. “Queremos dar um basta nisto”, desabafou Júlio Campos.
De acordo com Júlio Campos, existe uma burocracia imensa criada pelo Governo para liberar recursos aos municípios e no Legislativo para se aprovar leis que os beneficiem.
Outro problema mencionado pelo presidente da Fremaprev é a saúde que está sucateada em todo o país, ele afirma que enquanto se gastam bilhões em propaganda no Governo Federal migalhas são investidas na saúde.
“Estamos lutando agora para que o Governo Federal dê uma contrapartida para nacionalizar os salários dos agentes comunitários de saúde, que prestam assistência familiar na área da saúde, no entanto, não conseguimos reajustar seus salários para 950 reais”, desabafou Júlio Campos.
De acordo com o parlamentar, apesar de toda a sua experiência política, com mais de 40 anos de vida pública, diante do quadro do Congresso Nacional sente-se impotente por não poder fazer o que o Brasil precisa, e por isso, está desestimulado.
“Eu estou decepcionado, porque a gente não consegue mais fazer o que o Brasil precisa, com tanta coisa que poderia ser feita”, confidencia o democrata.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).