Nas eleições de 2022, os eleitores de Mato Grosso decidiram promover uma renovação no quadro de deputados federais que os representavam em Brasília, na expectativa de serem melhor representados. Das oito vagas disponíveis, cinco foram ocupadas por novos representantes.
O Partido Liberal (PL), com o impulso do bolsonarismo, conquistou quatro dessas cadeiras, sendo que três desses deputados estão em seu primeiro mandato. Os novatos que agora compõem a bancada mato-grossense na Câmara dos Deputados são Amália Barros, Abílio Júnior e Coronel Fernanda.
Após o encerramento do primeiro semestre desta legislatura, a Câmara entrou em recesso, e o realizou uma pesquisa no portal da Câmara Federal com o intuito de identificar os principais projetos apresentados por esses novos deputados, projetos estes que de alguma forma atendam às necessidades dos cidadãos mato-grossenses.
No total, esses três parlamentares juntos apresentaram um total de onze Projetos de Lei de autoria própria, resultando em uma média de menos de quatro projetos por deputado durante esse período, o que equivale a menos de um projeto por mês. No entanto, é importante ressaltar que eles também assinaram como coautores em centenas de outros projetos.
Chama a atenção o fato de que a maioria dos projetos nos quais esses novos parlamentares demonstram apoio, seja como co-autores ou como signatários, está relacionada a pedidos de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou está associada a questões ideológicas. Por exemplo, a deputada Coronel Fernanda apresentou um Projeto de Lei que busca equiparar o socialismo/comunismo ao nazismo.
Recentemente, esses deputados também se empenharam em reverter, na Câmara dos Deputados, a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, pertencente ao mesmo partido que eles, que foi determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 30 de junho.
Foram apresentados dois projetos com esse propósito: um visando conceder anistia aos considerados inelegíveis a partir de 2016 e outro com o objetivo de limitar a inelegibilidade a um período de dois anos.
Enquanto temas importantes estão sendo debatidos, ou precisam ser debatidos, na Câmara dos Deputados, esse grupo pertencente à maior bancada da casa parece demonstrar uma falta de sintonia com os interesses dos cidadãos, agindo como se ainda estivessem em plena campanha eleitoral.
Ao serem, agora remunerados pelo povo, eles parecem buscar ideologia em todas as questões. Um exemplo disso é o deputado Abílio, que justificou seu voto contrário à Reforma Tributária alegando que o projeto era apoiado por "comunistas".
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