A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa, que investiga a execução das obras da Copa do Mundo em Mato Grosso, começou a ouvir os convocados. O primeiro a ser indagado é presidente do Conselho de Engenharia e Arquitetura de Mato Grosso (CREA/MT), Juares Silveira Samaniego, que repetiu para comissão o que já vinha falando desde 2014, sobre o mau acabamento das obras.
Segundo ele, o consórcio não entrou no escuro e tinha noção da complexidade dos serviços a serem executados.
O deputado Mauro Savi um dos membros da comissão, faz questionamentos aos convocados, como se fosse parlamentar pela primeira vez.
O deputado Eduardo Botelho (PSB), questiona o presidente do Crea. Em resposta ao questionamento do parlamentar, Samaniego disse que quem deveria ter embargado as obras da Copa era o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB).
Botelho rebateu e disse que Mendes ficou com “medo” de ser reconhecido como contrário às obras e que a imprensa foi omissa, diante da propaganda do governo.
Atualizada em 15:20 - O ex-secrteário Eder Moraes chega à Assembleia Legsilativa para depor. Ele usa terno e está sem algemas.
O ex-secretário que já foi todo poderos nos governos de Blairo Maggi e Silval Barbosa, se intitula, na CPI, como consultor de negócios.
Eder disse que existe uma "cortina de fumaça de interesse entre VLT e BRT, "tipo pneu, petróleo e energia", cada um puxa para seu interesse, embora ele não tenha como provar. Segundo ele, o valor do contrato do VLT é de R$ 1,5 bilhão e afirma que os estudos mostravam uma tarifa de R$ 3 para o VLT. Segundo ele, o Estado poderia até adquirir uma Pequena Central Hidrelétrica para fornecer energia ao modal.
Apesar de preso desde o último dia 01 de abril, Eder Moraes demonstra estar muito bem informado e falou sobre os depoimentos que foram dados pela Controladoria Geral do Estado nessa terça-feira (14.04).
O ex-secretário afirma que o Estado tem saúde financeira e afirma que é balela que o Estado está individado.
Moraes alega que desconhece qualquer situação de propina. "O ônus da prova cabe a quem acusa", diz Éder ao afirmar que conhece o lobista Rowles Magalhães, mas sem qualquer ligação com ele.
Eder cita que o modelo usado no programa "Bom Pagador" é semelhante ao usado por ele na gestão Maggi. "Chamamos os fornecedores e renegociamos e dai sobrou R$ 3 bilhões para buscarmos empréstimos".
Neste momento, o deputado Mauro Savi (PR), relator da CPI, faz perguntas ao ex-secretário. Eder lembra que deixou a Secopa há três anos e destaca que as obras da Copa só foram possíveis graças ao saneamento financeiro do Estado.
Ele afirma que pelo seu estilo, à frente da Secopa, ele teria entregue as obras no prazo. Ele conta que foi levado à presidente Dilma e ela ficou totalmente convencida por seus argumentos em relação a dolarização da dívida de Mato Grosso.
Wilson Santos pergunta se Eder confirma um depoimento que teria dado a Polícia Federal. Ele responde que que não falará nada sobre as questões que não estejam relacionadas as obras da Copa. "Não falarei sobre as questões em que estou preso", disse. Wilson tenta fazer perguntas fora a CPI, tipo terrenos vendidos por Silval Barbosa, mas o presidente da CPI, Oscar Bezerra manda o colega se ater a perguntas objeto da CPI.
O tucano cita notas promissórias assinadas por ele e Silval e pergunta sobre a relação com o empresário Júnior Mendonça, delator da Operação Ararath. eder diz que nutre de amizade por Wilson Santos, mas diz que não responderá a questão. "Peço compreensão e carinho para me reservar ao direito do silêncio".
Wilson questiona se Eder não tem medo de ser assassinado, assim como Vilceu Marchetti foi. Ele respondeu que acredita nas orações de sua mãe.
Tucano reconhece que Eder é um arquivo vivo e foi a Assembleia passear. "Éder tem a chance de higienizar a política de Mato Grosso. Fomos vizinhos no Baú e não deixe de colaborar com o futuro e suas verdades podem mostrar quanto foi desviado. Não perca essa chance no Judiciário".
Mais uma vez Oscar enquadra Wilson e diz que Eder não foi a passeio e está como testemunha e não investigado.
Gilmar Fabris fala que Éder tem defeitos e qualidades. "Fala muito, mas tem competência. Tenho a certeza de que se você tivesse ficado na Secopa a história dessas obras seria outra", opinou.
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