Chamou atenção os argumentos dos deputados Wilson Santos (PSDB) e Paulo Araújo (PP) para convencer a maioria dos colegas a aprovarem uma proposta governamental, que autoriza o pagamento de verbas indenizatórias para secretários e membros do alto escalão do Governo do Estado.
O projeto prevê verba indenizatória aos adjuntos, procuradores, subprocuradores, comandantes, diretores de autarquia, bem como, um complemento de R$ 10,3 mil de verba indenizatória aos secretários estaduais, que já recebem salário de R$ 12,3 mil mensais.
Wilson afirmou que a verba indenizatória é necessária por não ser fácil contratar no mercado um técnico de qualidade por um salário decente. Ele acha um absurdo um secretário de Fazenda ou um secretário de Infraestrutura receber até R$ 13 mil líquidos, enquanto um recém-formado em Tecnologia da Informação (TI), não é contratado por menos de R$ 16 mil, sem responder pelos atos de forma administrativa.
“O secretário de Fazenda deste Estado é responsável por arrecadar mais de R$ 30 bi, o salário líquido dele é R$13 mil. Temos um assessor aqui na Assembleia que ganha mais de R$ 30 mil, sem ser ordenador de despesa e não ter nenhuma responsabilidade sobre seus ombros, sobre as contas públicas, jamais responderão por improbidade. Hoje um TI não fica no Estado por menos de R$ 16 mil inicial, um secretário de Infraestrutura”, argumentou o deputado.
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Expondo os “benefícios” na Assembleia pagos do bolso do contribuinte, Wilson comparou os valores pagos no Estado: “Nós aqui temos salário de R$ 25,3 mil, temos VI de até R$ 65 mil por mês, andamos aqui de caminhonete Amarok, pago pelo cidadão, tem mais carros, dezenas de servidores e nós só vamos permitir que um técnico de altíssimo nível que responde por uma Secretaria de Estado, que continue receber R$ 13 mil líquidos por mês.”
Já Paulo Araújo afirmou não ser justo administrar um orçamento bilionário e defendeu melhor remuneração em outros cargos. Ele comparou o salário de um tratorista no valor de R$ 10 mil com o salário do secretário de Estado. Paulo também acrescentou ser injusto o salário de R$ 40 mil pago ao presidente da república.
“Você sabe qual o salário de um presidente da República, R$ 40 mil, vocês acham justo um presidente receber R$ 40 mil. Espera aí, essa discussão que precisamos fazer a nível de Brasil, o maior demandador, do maior orçamento da República receber R$ 40 mil, é isso que nós queremos? Tá certo isso? Não está certo.”
Por outro lado, enquanto os deputados defendiam a verba indenizatória para o alto escalão do Governo do Estado, nos comentários, os servidores da Educação reclamavam: “E os professores mendigando os 14% do RGA!”
Aprovado na sessão de segunda-feira (19), o projeto segue para sanção ou veto do governador Mauro Mendes (União).
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