A Câmara dos Deputados instalou, nesta quarta-feira (17.05), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A abertura da CPI foi motivada pelas recentes invasões realizadas pelo movimento, que registrou um número alarmante de 33 invasões de imóveis rurais em todo o Brasil, somente entre janeiro e abril deste ano, superando o total de ações dos últimos 5 anos.
O deputado federal Coronel Assis (União), representante de Mato Grosso, será um dos integrantes da CPI. A oposição garantiu a maioria dos membros, ficando com todos os cargos de destaque e visibilidade.
Em uma articulação conduzida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a presidência da CPI ficará a cargo do deputado tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS). Os deputados Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Fábio Costa (PP-AL) assumem os cargos de primeiro e segundo vice-presidentes, respectivamente. A relatoria será conduzida pelo deputado Ricardo Salles (PL-SP), também aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Dos 54 membros, entre titulares e suplentes, a CPI do MST conta com 40 deputados ruralistas, ligados à Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), enquanto apenas 14 são governistas.Com a maioria na comissão, a oposição pretende utilizar a CPI para estabelecer conexões entre as invasões do MST e o Palácio do Planalto.
Essa postura ficou evidente no discurso da oposição durante a instalação e eleição do presidente e vice-presidentes, onde quase todos, como se ensaiados, enfatizaram que o objetivo da CPI será investigar os grupos invasores, seus propósitos e financiadores.
Em seu discurso, Assis também ecoou as palavras dos deputados opositores, questionando a origem, os financiadores e os mentores intelectuais do movimento. Ele também criticou os deputados que defendiam o MST, afirmando que precisam encarar a realidade.
"De onde vem o MST? Quem financia o MST? Quem são os mentores intelectuais do MST? Acredito que alguns colegas aqui precisam ser trazidos para a realidade. Não podemos, de maneira alguma, considerar o errado como certo e o certo como errado", declarou o deputado em seu discurso.
Ao abordar a postura que deve ser adotada em relação ao movimento, o deputado destacou a política de "invasão zero" em Mato Grosso. "Lá temos uma política de 'invasão zero'. Não permitimos que vagabundos se proliferem em nosso estado e não toleramos esse tipo de ação", concluiu Assis.
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