O deputado estadual Adalto de Freitas, popular Daltinho, gravou vídeo de uma reunião dos colegas de parlamento, a qual ele participou, em articulavam uma maneira de conseguir vantagens indevidas do Governo do Estado, na época comandado por Silval Barbosa (PMDB). A informação consta da delação de Silval, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Com o vídeo da reunião, a qual ocorreu na Assembleia Legislativa (AL/MT), segundo delação de Silval, Daltinho passou a chantagear os colegas de parlamento.
“Acredita o colaborador que no ano de 2012 ou 2013 os deputados estaduais fizeram uma reunião entre eles, tendo participado a maioria dos deputados ocorrida na AL para discutir como eles iriam conseguir mais vantagens indevidas do governo. Tal reunião foi gravada pelo deputado Adalto de Freitas, vulgo Daltinho, que passou a chantagear os deputados estaduais da época, usando tal gravação para manter-se no mandato, pois ele era suplente na época” diz trecho extraído da delação de Silval.
Segundo contou o ex-governador à Procuradoria Geral da República, Daltinho entregou para o deputado Romoaldo Júnior tal gravação e usava isso para se manter no efetivo exercício. “Tal gravação foi mencionada para o colaborador pelos deputados Romoaldo Junior, Riva e Mauro Savi” cita.
Ainda, conforme o acordo premiado, após tal reunião na AL/MT, os deputados estaduais José Riva, Mauro Savi, Romoaldo Júnior, Gilmar Fabris, Baiano Filho, Wagner Ramos e Dilmar Dal’Bosco foram até o Palácio Paiaguás e passaram a exigir uma participação nas obras da Copa do Mundo, pois do contrário não aprovariam as contas e criariam dificuldades na aprovação de leis.
Nessa reunião, Silval conta que ofereceu passar para a gestão de alguns deputados obras no montante de R$ 400 milhões do MT INTEGRADO, para que os deputados conseguissem receber cerca de 3% a 4% dos empresários de propina. No entanto, eles não aceitaram tratar diretamente com os empresários, ficando decidido com os deputados estaduais que Silval Barbosa iria ficar responsável por nomear alguém para receber esse montante de 3% a 4% dos empresários e repassar para os deputados estaduais, ficando para Valdisio Viriato (na época secretário-adjunto da SINFRA), o encargo de receber tais montantes dos empresários e repassar ora para Silval, ora para Silvio Araújo (então chefe de gabinete) para repassar para os deputados estaduais.
“Ficou estipulado o valor de R$ 600 mil reais por deputado, sendo que Silvio tem uma lista contendo os valores repassados a cada deputado, pois era a pessoa responsável em repassar tais valores aos deputados” diz trecho da delação que cita que a pedido de Silval, Silvio conseguiu gravar alguns dos deputados estaduais recebendo tais propinas.
Silval Barbosa destaca ainda em sua delação, que tais pagamentos ocorriam concomitantemente com os valores pagos pelo mensalinho através de orçamento suplementar. E cita que no final de 2010, quando era governador, no final de todos os anos a maioria dos deputados exigia uma outra vantagem indevida em torno de R$ 70 a 100 mil reais para cada deputado, o que gerava um valor de R$ 1 milhão a 1,5 milhão e meio, sendo que tais valores eram pedidos pelo presidente e primeiro secretário da Mesa Diretora. “O colaborador tem ciência que a Mesa Diretora, juntamente com GILMAR FABRIS, coordenou com o governo atual regulamentar através de lei o mensalinho, em troca o governo atual teria o apoio dos deputados. Tal fato foi narrado ao colaborador por alguns deputados” cita.
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