O empresário Giovani Guizardi, dono da Construtora Dínamo, que é réu no esquema de desvios de dinheiro da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que originou a Operação Rêmora, confirmou, nesta semana, em depoimento à juíza Ana Cristina Silva Mendes da Sétima Vara Criminal, que o atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o ex-deputado estadual, Guilherme Maluf, recebeu propina de R$ 160 mil no banheiro do Buffet Leila Malouf, em Cuiabá.
“Em certo momento eu fui entregar um dinheiro de propina no Buffet Leila Malouf e seu Guilherme Maluf foi lá para receber a propina com uma pessoa. Eu deixei eles no banheiro, este valor era aproximadamente de R$ 120 e 160 mil e como era 25% de cada correspondia, 50% da propina e eu deixava já separada a parte do Alan (Malouf) e a parte do Guilherme. Presenciei o Guilherme saindo com uma caixa com os por centos que ele tinha direito”, relatou.
Ele também contou à magistrada, que no total 75% do valor de propina eram distribuídos para os supostos líderes do esquema, o ex-secretário de Educação, Permínio Pinto, o empresário Alan Malouf e com o ex-deputado Guilherme Maluf. "Dos 100% da propina arrecadada, 25% seria direcionada ao senhor Permínio, que era o secretário, 25% era do Guilherme Maluf, porque era o braço político da organização, 25% era do seu Alan, para o pagamento do recurso que ele tinha alocado na campanha do governador Pedro Taques, 5% para o Wander, ( superitendente de licitação da Seduc) 5% para o Fábio Frigeri, que era o braço direto de Permínio, 5% a taxa de administração, que era para manter os custos da operação e 10% ficaria comigo", revelou o delator.
Guizardi que é delator, explicou como funcionava o esquema, que segundo ele, já existia antes da gestão do Governo Pedro Taques (PSBD), com outra organização. Ele reafirmou, de acordo com as informações que constam nos autos, que o esquema atendia o interesse de construtores que prestavam serviços para a Seduc, por meio de licitação. Os procedimentos licitatórios, em sua maioria, eram direcionados para favorecer o esquema e informou que para liberação de pagamentos para as construtoras, eram necessários pagamentos de propina. Eles variavam de 3% a 5% dos valores dos contrato.
Nota Guilherme Maluf - Por meio de nota, o conselheiro Guilherme Maluf reafirmou que já disse à Justiça, que não participou nem autorizou qualquer pessoa a utilizar seu nome e sua posição política em sua carreira para qualquer ato ilícito no âmbito do Poder Público. Maluf disse que os delatores nunca apresentaram provas que garantam que suas acusações mereçam crédito - e que confia na Justiça para que ao final do processo fique comprovada a sua inocência.
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