Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Renúncia e Sonegação Fiscal da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT), o doleiro Lúcio Funaro, revelou, conforme fonte do oticias, que o ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha deu a ele, R$ 30 milhões para comprar voto dos deputados federais para eleição em fevereiro de 2016, da Mesa Diretora da Casa. Eduardo Cunha foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão.
Entre os parlamentares que ele teria acertado, estaria o deputado federal Carlos Bezerra (MDB) de Mato Grosso. Ele contou que chegou até Bezerra, por meio do ex-presidente da Assembleia Legislativa, ex-deputado José Riva, que fez a “ponte”. Porém, ele não revelou o valor que teria acertado com Bezerra.
A relação com José Riva é bem próxima. Funaro contou que comprou 50% de uma fazenda no município de Campos de Júlio, com José Riva, e o ex-deputado não teria honrado com o compromisso, e ele (Funaro) teve que ficar com 100% da fazenda.
Questionado se a JBS teria ajudado a financiar a campanha do ex-governador Pedro Taques, Lúcio acredita que a JBS deu dinheiro, mas não foi por meio dele, e também não sabe se foi legalmente ou caixa dois.
A maior mágoa de Lúcio Funaro é com o empresário Joesley Batista, que teria ficado devendo a ele R$ 120 milhões, referente a serviços prestados ao grupo JBS junto à Caixa Econômica e a compra de 51% da Construtora Delta por R$ 1 real.
Outro lado - Em nota enviada ao oticias, o deputado Carlos Bezerra negou as acusações. Ele informa que não conhece o delator Funaro, e que jamais negociou o seu voto.
"Sou um homem de partido e sempre votei com o partido. Essa é uma delação infundada e que não encontrará nenhum respaldo", afirmou o deputado.
Depoimento secreto – A sugestão da convocação do doleiro partiu da deputada estadual Janaína Riva (MDB), a mesma que junto com os deputados Dilmar Dal Bosco (DEM) e o vice-presidente da CPI, Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), pediram que o depoimento de Lúcio Funaro fosse em sessão secreta.
À imprensa, o doleiro lamentou a decisão dos deputados em depor sem a presença da imprensa. “Acho estranho. Eu acredito que é uma decisão que não deve ser tomada em um estado democrático de direito. Todas as CPIs tendo sido abertas para dar conhecimento a toda nação que está acontecendo no país”.
Lúcio Funaro afirmou ainda à imprensa, que não tem nada para omitir ou esconder. “Estou firme no meu propósito de colaboração com Justiça, na delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República”.
O doleiro sugeriu que a CPI peça ao Supremo Tribunal Federal (STF) ao Ministério Público Federal e ao FBI que compartilhem cópia de sua delação premiada.
Revelação - Em agosto de 2017, a Revista Época, revelou com exclusividade que, Eduardo Cunha distribuiu R$ 30 milhões que recebeu da JBS. Papéis entregues pelos delatores revelam que o ex-deputado comprou sua vitória na campanha a presidente da Câmara em 2015.
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