O executivo da Toyo Setal Júlio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, disse em depoimento à Justiça Federal do Paraná, na tarde de terça-feira (14), que entregou R$ 4 milhões para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
Segundo o delator, o pagamento foi feito a pedido do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A informação foi confirmada pelo Bom dia Brasil.
O advogado de José Dirceu Roberto Podival nega as acusações e disse estranhar que Júlio Camargo não tenha tocado no assunto em depoimentos anteriores.
Também foram ouvidos pela Justiça na terça-feira Augusto Mendonça Neto, também da Toyo Setal, e o ex-gerente de Serviços da estatal, Pedro Barusco.
O empresário Milton Pascowtich, preso na 13ª fase da operação, também relatou em depoimento que pagou R$ 1,4 milhão em propinas à JD Consultoria, de propriedade do ex-ministro da Casa Civil. Segundo o delegado Igor Romário de Paula, os pagamentos foram feitos entre 2011 e 2012. A empresa nega a irregularidade.
Habeas corpus negado
No dia 2 de julho, os advogados do ex-ministro José Dirceu entraram com um pedido de habeas corpus preventivo, para evitar a prisão dele na Operação Lava Jato. O pedido de habeas corpus foi feito após o empresário Milton Pascowitch, preso durante a Lava Jato, dizer que o ex-chefe da Casa Civil recebeu propina por contratos com a Petrobras.
A defesa do ex-ministro diz que Dirceu tem colaborado com as investigações e quer evitar um "constrangimento ilegal" com a prisão. Segundo o habeas corpus, na sua vida política, Dirceu "não construiu castelos, não criou impérios ou acumulou fortuna".
O pedido foi negado pelo Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre, no dia seguinte. o juiz federal Nivaldo Brunoni afirmou que o fato de Dirceu ser apontado por Pascowitch na delação premiada não significa que ele será preso preventivamente e que o "mero receio" da defesa não justifica o habeas corpus preventivo.
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