A segunda fase da operação Convescote, desencadeada nesta sexta-feira (30.06), faz parte das declarações dos envolvidos na primeira fase, Marcos Moreno Miranda e do frentista, usado como “laranja”, João Paulo Silva Queiroz, que confessaram que não prestavam os serviços constantes nas notas fiscais, e a maior parte do dinheiro recebido era transferido para o servidor do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Cláudio Roberto Borges Sassioto.
Ao todo, 13 pessoas foram alvos de condução coercitiva e tiveram seus aparelhos celulares apreendidos nesta segunda fase da Operação. Das 13 pessoas, a maioria (07) é servidor da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, são eles: Odenil Rodrigues de Almeida (lotado no gabinete de Guilherme Maluf), Tscharles Franciel Tscha, Fabricio Ribeiro Nunes Domingues, Alysson Sander Souza, Nerci Adriano Denardi, Drieli Azevedo Ribas e Sued Luz (lotada no gabinete de Guilherme Maluf).
Já três são servidores do Tribunal de Contas de Mato Grosso: Eneias Viegas da Silva, Marcelo Catalano Correa e Mauricio Marques Júnior. Ainda, dois são funcionários da FAESPE: Alison Luiz Bernardi e Marcio José da Silva. E uma funcionária do Banco Sicoob, agência localizada no Tribunal de Contas do Estado: Elizabeth Aparecida Ugolini.
Conforme consta nos autos, o Gaeco aponta que Marcos Moreno e João Paulo Queiroz confessaram a suposta participação da funcionária do Sicoob, Elisabeth Aparecida Ugolin, que permitia que Cláudio gerenciasse as contas dos dois (João Paulo e Marcos Moreno). Eles contaram ainda, que Elizabeth, para agir dessa forma, teria pedido dinheiro para ambos.
A funcionária do Sicoob recebeu em sua conta corrente, quatro depósitos feitos por Jocilene Assunção - considerada pelo Gaeco, como uma das mentoras do suposto “esquema” -, que totalizaram R$ 5.395 mil.
Já Lázaro Romualdo Gonçalves preso na primeira operação Convescote, confessou que atestava notas das empresas de “fachada”, porém, os serviços não eram prestados. Lázaro contou ainda, que o maior “rombo” foi na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, onde 30% aproximadamente dos convênios com o legislativo estadual estavam maculados por fraude.
O Gaeco aponta ainda, que a análise preliminar de parte dos documentos apreendidos nas sedes da FAESP, relativos às empresas de fachada, indica a existência de outros servidores ou prestadores de serviços da Fundação que teriam, em conluio com servidores de órgãos públicos, atestado falsamente a execução dos serviços.
Outro lado - Por meio de nota, o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), disse que aguarda informações sobre os depoimentos dos servidores lotados em seu gabinete e que continua à disposição da Justiça para esclarecer qualquer dúvida sobre os contratos feitos pela Assembleia Legislativa com a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público (Faespe) durante sua gestão como presidente da Casa, confira:
Nota de esclarecimento
A respeito dos depoimentos dos servidores de seu gabinete, Odenil Rodrigues de Almeida e Sued Luz, o deputado Guilherme Maluf (PSDB) informa que aguarda informações sobre os questionamentos e reitera que continua à disposição da Justiça para esclarecer qualquer dúvida sobre os contratos feitos pela Assembleia Legislativa com a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público (Faespe) durante sua gestão como presidente da Casa.
Os contratos permitiram a realização de diversas ações de modernização administrativa do Parlamento, incluindo a assessoria técnica aos trabalhos das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), compatibilização da legislação, auditoria de folha e protocolos de gerenciamento eletrônico dos processos em tramitação, entre outros trabalhos.
Em dezembro de 2016, ainda na presidência da Casa, o deputado determinou a realização de auditoria interna para apurar supostas irregularidades na execução dos contratos. A Mesa Diretora também publicou no dia 22 deste mês a criação de um Processo Interno de Auditoria Especial para apurar o convênio sob investigação, com prazo de 120 dias para a realização dos levantamentos.
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