Faltando apenas um ano e meio para a eleição em Cuiabá, os bastidores políticos da cidade estão agitados com uma intensa movimentação dos pré-candidatos, que buscam viabilizar suas candidaturas para a disputa do próximo ano, para tentar vencer as eleições e sentar na cadeira do Palácio Alencastro.
Embora muitos neguem publicamente, a corrida eleitoral já começou e eles estão trabalhando incansavelmente para conquistar apoios e consolidar suas candidaturas. O jogo político é intenso e cada movimento é estratégico para garantir uma posição de destaque na eleição.
De acordo com Carlos Manhanelli, autor do livro “Eleição é guerra: Marketing para campanhas eleitorais”, estudar os concorrentes é fundamental para um político que busca sucesso nas eleições. O autor enfatiza que é importante saber com quem irá competir, conhecer seus pontos fortes e fracos, assim como suas táticas e seus aliados.
Segundo o autor, compreender esses aspectos é essencial para traçar estratégias efetivas e obter vantagem competitiva na eleição. Em resumo, conhecer bem os adversários pode fazer a diferença entre a vitória e a derrota na corrida eleitoral.
Mesmo que publicamente, quase todos os pré-candidatos afirmem que o assunto eleição deve ser discutido apenas no próximo ano, nos bastidores eles seguem a cartilha do mestre, Carlos Manhanelli, fazendo movimentos estratégicos para se fortalecerem e minarem a força dos adversários. Essas ações incluem a busca por apoios políticos, construção de alianças e fortalecimento da imagem pública. A disputa será acirrada e cada passo é importante para garantir uma posição de destaque na eleição de 2024.
Palácio Alencastro caminho para o Palácio Paiaguás
Ser prefeito de Cuiabá pode ser um trampolim para o governo estadual, como já aconteceu com Dante de Oliveira e o atual governador Mauro Mendes, que tiveram passagens importantes pela Prefeitura antes de chegar ao Palácio Paiaguás.
Então a disputa pela Prefeitura de Cuiabá é acirrada porque os candidatos reconhecem a importância do cargo para ampliar seu capital político. Desta forma, esta eleição não se resume a apenas este momento, mas também reflete um posicionamento dentro do campo político que pode traduzir em melhores oportunidades de disputas em futuras eleições.
Perfil dos eleitores
Uma Pesquisa realizada pelo PoderData entre 29 a 31 de janeiro deste ano mostra o perfil ideológico dos eleitores no Brasil. Segundo a pesquisa 28% se consideram de direita, e 21%, de esquerda, outros 20% se dizem de centro e 31% não sabem como se definir.
Embora possa haver variações numéricas em diferentes cidades, essa pesquisa reflete como o eleitor se posiciona. Assim é importante compreender que eles tendem a votar em candidatos que representam suas crenças e valores. Nesse sentido, é fundamental que os pré-candidatos se posicione de forma clara e coerente dentro de um espectro ideológico, a fim de conquistar o apoio desses eleitores.
Pré-candidatos: oportunidades e obstáculos
Abílio Júnior (PL) – Um político de ideologia de direita, tem ocupado a primeira posição em todas pesquisas. Embora tenha poucas dificuldades para viabilizar sua candidatura, seu verdadeiro obstáculo será durante o processo eleitoral onde terá de convencer os cuiabanos de que está preparado para administrar a capital. Além disso Abílio é o pré-candidato mais rejeitado, o que pode prejudica-lo significativamente no segundo turno. No primeiro turno os eleitores votam no candidato com o qual se identifica, porém no segundo turno, muitas vezes acabam escolhendo o “menos pior”. Assim a alta taxa de rejeição de Abílio pode representar um obstáculo significativo.
Eduardo Botelho (União) – No espectro ideológico se posiciona como de centro. O maior desafio de Botelho é a disputa interna dentro do União Brasil, onde ele e o deputado federal Fábio Garcia disputa quem irá representar o partido nesta eleição. Botelho tem se destacado como presidente da Assembleia Legislativa como mostra pesquisa recente onde obteve aprovação de 47% dos entrevistados. Ele é o pré-candidato que mais tem andado para tentar viabilizar sua candidatura, caso consiga resolver as questões partidárias, Botelho tem o potencial para se tornar um candidato competitivo na eleição.
Fábio Garcia (União) – Também se posiciona no espectro ideológico como de centro. Ele enfrenta o mesmo obstáculo que o deputado Eduardo Botelho, a questão partidária. Apesar de contar com a preferência do governador Mauro Mendes, Garcia precisa superar essa barreira partidária para viabilizar sua candidatura. Além disso, ele tem como desafio, também, melhorar seu desempenho nas pesquisas eleitorais, uma vez que sua situação não tem mudado em várias sondagens. Embora Garcia argumente que pesquisas são um retrato do momento, ele precisa encontrar maneiras de melhorar seu desempenho para se tornar um candidato competitivo
José Stopa (PV) – Embora faça parte da federação “Brasil da Esperança” que engloba os partidos PT, PV e PCdoB, Stopa se posiciona no espectro ideológico de centro. O pré-candidato enfrenta dois obstáculos visíveis: o primeiro é a questão partidária, já que a federação só pode lançar um candidato, sendo que Lúdio e Rosa Neide também estão na disputa. Além disso, ele precisa manter o grupo do prefeito unido em torno de seu projeto para se consolidar como candidato. Se conseguir superar esses desafios, Stopa pode se tornar um candidato competitivo na corrida eleitoral.
Lúdio Cabral (PT) – Se posiciona no espectro ideológico de esquerda, é mais um dos pré-candidatos da mesma federação que Stopa e Rosa Neide, o que representa um obstáculo para viabilização de sua candidatura. Lúdio tem um histórico eleitoral expressivo tendo sido o deputado estadual mais votado em Cuiabá, na última eleição, também tem experiencia como candidato tanto à Prefeitura da cidade quanto ao governo do Estado. Além disso, mesmo sendo de esquerda, ele consegue atrair eleitores de centro, o que o torna um candidato competitivo na disputa pela Prefeitura de capital.
Rosa Neide (PT) – Se posiciona no espectro ideológico de esquerda. Assim como Lúdio e Stopa faz parte da federação “Brasil da Esperança”, o que pode ser considerado seu principal obstáculo na busca pela viabilização de sua candidatura. Ela tem o apoio da cúpula do partido tanto em nível local quanto nacional, o que a torna naturalmente uma candidata competitiva. Vale destacar que, na última eleição, Rosa Neide foi a deputada federal mais votada em Mato Grosso. Além disso, ela é, até o momento, a única mulher candidata ao palácio Alencastro.
Outros - Chico 2000 (PL), Beto Dois a Um (PSB) e Diego Guimarães (Republicanos), todos do espectro ideológico de centro. O maior obstáculo de Chico 2000 é ter Abílio como pré-candidato dentro do próprio partido. Já Beto Dois a Um está em um partido da base aliada do governador Mauro Mendes, que parece ter preferencia por Fábio Garcia. Por sua vez, Diego Guimaraes procura viabilizar sua candidatura, mas até o momento não tem conseguido se destacar frente aos outros concorrentes.
Continuaremos a acompanhar de perto as movimentações políticas, pois nem todos os pré-candidatos que surgem conseguem realmente consolidar suas candidaturas. Além disso, é importante lembrar que, assim como no futebol, nas eleições há uma grande diferença entre treino e jogo, e apenas o desempenho real na campanha é que irá determinar quem terá sucesso nas urnas.
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