Um projeto para ensinar o português correto aos professores dentro do ambiente escolar, causou polêmica durante a sessão ordinária desta terça-feira (26.10) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT).
Com parecer contrário, o Projeto de lei nº 511/202 de autoria do deputado Gilberto Cattani (PSL), dispõe sobre a utilização de pronomes de tratamento e estabelece direito dos cidadãos ao aprendizado coerente da língua português.
“O nosso projeto impede que nossos alunos recebam na escola a tal da linguagem neutra. Qualquer professor de português com um pouquinho de senso de responsabilidade sabe que, quando falamos por exemplo: todos os cavalos do Brasil, nessa frase engloba macho e fêmeas. Se levarmos isso para nossas crianças, falarem - todos os cavalos - , isso é contrário a nossa língua portuguesa", argumentou o deputado.
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Já o deputado Lúdio Cabral (PT) considerou um absurdo e uma aberração sob o ponto de vista Legislativo e Jurídico a tentativa do deputado em querer disciplinar aquilo que será dito em sala de aula. “Um absurdo querer disciplinar por lei estadual pronome de tratamento. Um projeto com conteúdo sem sentido”, destacou Cabral.
A opinião também foi compartilhada pelo deputado Valdir Barranco (PT) que lamentou que os professores sejam concebidos por essa visão rasa. Ele garantiu que nenhum professor em sala de aula foge do tratamento formal estabelecido pela gramática.
“Não entende de gramática quem vem com essa história de que é macho ou fêmea, não é assim, nós temos os substantivos epicenos que vai estabelecer – o jacaré macho, jacaré fêmea, mas nós também temos os substantivos que estabelece, por exemplo no caso do elefante, que é feminino de elefante, é ele (e) ou (a), não elefante macho. Então vamos proibir os professores de ensinar que elefante não é elegante macho ou fêmea, é elefante e elefanta. Volte para escola, e, respeite os professores”, declarou Barranco.
Já o deputado Ulysses Moraes (PSL) cometeu uma gafe tentando defender a proposta: “Esse projeto não só vem ensinar a gramática da maneira correta, mas trata da não segregação de alguns grupos, a linguagem neutra para quem não sabe ela pode segregar por exemplo, os cegos – como vamos ensinar para os cegos a linguagem libras”, destacou Moraes.
Logo em seguida, Lúdio pediu a palavra para ajudar o deputado a fazer a correção em sua própria fala: “É só uma questão de utilidade pública, viu Ulysses – cego é braille, surdo é libras”, explicou o parlamentar.
As discussões foram encerradas após o então presidente da Casa, deputado Dilmar Dal Bosco (DEM) conceder pedido de vista ao deputado Thiago Silva (MDB).
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