A última semana do mês de janeiro será decisiva para os acertos que antecedem a escolha dos novos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. No Senado, a escolha do substituto de José Sarney (PMDB-AP) será realizada em sessão na próxima sexta-feira (1º). Na Câmara, a eleição que vai escolher o substituto de Marco Maia (PT-RS) será na segunda-feira (4).
No Senado, as primeiras reuniões em Brasília devem ocorrer já nesta segunda-feira. Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOl-AP) vão tentar buscar um entendimento com relação aos candidaturas. Ambos estão na disputa pela presidência, mas ainda existe a possibilidade de que um deles disputar em favor do outro.
Tanto Taques quanto Randolfe, que colocaram o nome na disputa com o apoio do chamado grupo dos senadores independentes, afirmam que o objetivo das candidaturas é tentar forçar a realização de um segundo turno.
Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa obter pelo menos 41 votos dos 81 senadores. Renan Calheiros (PMDB-AP) é apontado como favorito por ter o apoio dos principais partidos governistas. Apoiadores do peemedebista calculam ter mais de 60 votos assegurados.
"Na segunda eu e o senador Taques vamos conversar, e na quarta devemos fazer uma reunião com os senadores independentes. Vamos sempre conversar pelo melhor, para buscar o entendimento. Quem vota no senador Pedro Taques, é como se votasse em mim também", disse Randolfe Rodrigues.
Se a candidatura de Taques for mantida, o senador do PDT deve concorrer à presidência da Casa com o apoio do PSDB, e também de alguns parlamentares do chamado grupo dos "independentes", que engloba senadores do PP e do PMDB. O líder tucano, senador Alvaro Dias (PR), afirmou que o partido deverá aprovar o apoio em bloco ao senador do PDT, em uma reunião no próximo dia 31. O PSDB tem dez senadores. Parlamentares do DEM também devem apoiar Taques.
Enquanto a candidatura da oposição ainda depende de acertos, Renan Calheiros atua fora de Brasília nos bastidores. O peemedebista renunciou ao cargo em novembro de 2007, acuado por denúncias de que teria a pensão de uma filha paga por uma grande construtora.
O coordenador da campanha de Calheiros, senador Gim Argelo (PTB-DF) passou a semana na capital acertando detalhes da votação. Calheiros deve chegar a Brasília na terça-feira (28).
Câmara
Na Câmara dos Deputados, a eleição que vai escolher a nova Mesa Diretora da Casa ocorre na segunda-feira (4). Três candidatos disputam o cargo. Embora a direção do PMDB pretenda emplacar na presidência o deputado Henrique Eduardo Alves, líder da bancada do partido e candidato que tem o apoio da bancada governista, a atual vice-presidente da Casa, Rose de Freitas (PMDB-ES), lançou a candidatura em novembro, mesmo sem o aval da cúpula peemedebista. O terceiro candidato na disputa é o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
Pelas regras da Câmara, os parlamentares têm até meio-dia de sexta-feira, para formar blocos parlamentares que vão concorrer na eleição. No meso dia, haverá uma reunião de líderes para escolha dos cargos da Mesa, de acordo com a proporcionalidade partidária. O encontro está marcado para 15 horas. As candidaturas devem ser registradas junto à Mesa da Casa até as 19 horas de sexta-feira.
Ainda no começo da semana, é aguardada a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS) sobre o espaço que PSDB e PSD terão na composição da Mesa Diretora da Casa. PSDB e PSD travam uma disputa porque estão empatados como a terceira legenda com maior número de deputados – o PT tem 87, o PMDB, 78, e PSDB e PSD, 51 cada.
Pelo regimento da Câmara, o terceiro maior partido tem o direito de indicar o primeiro-secretário da Casa. Atualmente, a vaga é ocupada pelo PSDB. A situação é inédita na Casa, e líderes dos dois partidos já afirmaram que não abrem mão do posto. A decisão será tomada por Marco Maia.
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