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Política Domingo, 25 de Março de 2018, 22:27 - A | A

Domingo, 25 de Março de 2018, 22h:27 - A | A

Revelações

“Cada um está magoado por uma razão e essa razão vai aparecer”, diz Taques sobre críticas de adversários

Edina Araújo/VG Notícias

VG Notícias

Pedro Taques

Governador Pedro Taques (PSDB)

O governador Pedro Taques (PSDB), em entrevista ao site Mídia News, falou sobre seu governo, comentou o afastamento de aliados, admitiu que alguns se afastaram por ter seus interesses, inclusive, financeiro contrariados. Taques se intitula leal aos companheiros - e afirmou que não volta atrás quando empenha a palavra. “Eu tenho algumas qualidades que, na política, são defeitos: eu sou leal. Não volto atrás na minha palavra", disse.

O governador mandou um recado aos adversários. “Não fiz nada de errado. Tenho argumento para todos, só estou esperando a hora chegar. Cada um está magoado por uma razão e essa razão vai aparecer”. Ele afirmou que as críticas que tem sofrido nas últimas semanas não tira seu sono e não incomoda nem um pouco - e assegurou que dorme "feito criança".

Sobre o deputado estadual Zeca Viana (PDT), crítico ferrenho de sua gestão, Taques afirmou que o parlamentar queria ser o governador, queria mandar no governo, porque o ajudou. “O Zeca Viana foi diferente. Eu passei o Réveillon de 2015 junto com a família dele e a família do Carlos Fávaro, no Hotel Odara. No outro dia, cedo, fomos para a posse. Mas o Zeca Viana queria ser o governador. Queria mandar no Governo, porque me ajudou. E eu não sou assim”.

Pedro Taques disse ainda, que pode até ter responsabilidade no afastamento de aliados, mas ressaltou que alguns desejavam que ele fosse “maria vai com as outras”, que fosse um “fantoche” e garantiu “mas eu não sou”. O governador admite que possa ter faltado diálogo – e diz que as pessoas criaram expectativas e queriam que ele cumprisse o sonho delas.

Sobre o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM), Pedro Taques disse que no momento oportuno vai revelar como foi à conversa entre eles - e vai contar sua versão – embora Mauro afirme que não houve conversa.

“Eu vou dizer, no momento correto, como foi à conversa entre eu e o Mauro. Ele diz que não houve a conversa e eu vou falar a minha parte da conversa. Isso. Tanto que eu cumpri o meu papel. Eu tenho algumas qualidades que na política são defeitos: eu sou leal. Não volto atrás na minha palavra. Eu cumpri o meu papel. Eu cumpri a fatura. Porque pactuamos que eu apoiaria a sua candidatura à reeleição, e ele a minha. O acordo foi feito, se ele não quis se candidatar o problema não é meu. Mas ele já desmentiu nosso pacto, dizendo que não houve", destacou.

Como exemplo de lealdade, ele citou o convite que recebeu do senador mineiro, Aécio Neves e o deputado federal, Nilson Leitão, quando o chamaram para se filiar ao PSDB. “Fui eleito pelo PDT. Fui falar que ia, mas que tinha compromisso com o Mauro Mendes, pela sua reeleição em Cuiabá, e que gostaria que o PSDB não lançasse candidato e que apoiasse o Mauro. Ok. Esse acordo foi feito. O Paulo Borges virou secretário do Mauro, conduzido pelo Carlos Avalone. Mauro aceitou isso”, revelou.

Sobre o ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta, o governador disse que não falaria mal, mas mandou um recado -, dizendo que o cidadão para ser governador precisa ter voto. “Eu não vou falar mal do Pivetta. Mas o cidadão, para ser governador, precisa ter voto. Aí ele pode sentar aqui na cadeira de governador. Ele não pode sentar aqui se não for o candidato e não tiver voto. E algumas pessoas entendem que, por eu ser uma pessoa pobre, quem me ajudou poderia mandar no Governo. Mandar! E eu não sou assim. Aí, eu tenho uma personalidade forte. Quem foi eleito fui eu. Aceito sugestões, chamo as pessoas para conversar. Pergunto se quer assumir determinada secretaria, pergunto o que quer fazer, chamo para ajudar. A pessoa não quer. Aí, diz: Ah, eu falo para o Pedro fazer dez coisas e ele não faz nenhuma. Sim, mas eu não concordei com as dez coisas. Eu tenho esse direito. Eu fui eleito para isso. Eu não aceito conselho que acho que não está certo. Aí, eles zangam”, justificou.

Quanto ao ex-senador Jaime Campos (DEM), Pedro Taques disse que confia em seu apoio - e destacou a lealdade que há entre eles (Pedro e Jaime). O tucano lembrou que em 2016 não lançou candidato em Várzea Grande - para enfrentar a prefeita Lucimar Campos (DEM) e reforçou “Aliás, temos ajudado bastante Várzea Grande”.

“Eu confio no Jaime. Ele sempre foi leal a mim. Já demonstrou isso. E eu sempre fui leal a ele. Em 2016 não lancei nenhum candidato em Várzea Grande, para enfrentar a dona Lucimar. Aliás, temos ajudado bastante Várzea Grande”.

Apesar disso, Pedro Taques não está convicto do apoio do democrata – e citou a questão partidária. “Convicção, não. Eu confio no Jaime, mas não sei como vai ser a questão partidária lá. Isso é problema deles. Mas gostaria de contar com o DEM. É um partido importante. Sempre foi importante, independente da vinda de novos aliados”.

Pedro Taques disse que não se incomoda com crítica que ele age como Procurador da República e não político. “Eu não vejo isso como xingamento ou defeito. Eu quero cumprir a Constituição aqui. E a Constituição fala que os processos têm que ser honestos, tem que ter legalidade, publicidade, não pode tratar os outros de forma desigual. E eu estou cumprindo isso. Mas tem gente que não faz política dessa forma. Eu não traio a pessoa. Sou leal até o último dia. Tem defeitos na política que, fora dela, são qualidades. Eu não relativizo isso. Não sei relativizar. Chega prefeito aqui, não quero saber se é do MDB, se é do partido da Janaina Riva. Atendo do mesmo jeito. Os meus companheiros me criticam, porque estou tratando todos iguais, que ele não irá me apoiar em uma eventual candidatura. E aí? Aí, você perde espaço do seu lado. É assim que funciona. Tem gente que só pensa política assim. Eu não penso. Estou em uma fase que estou pensando, por exemplo: não disputo eleição, vou passar um ano sabático fora do Brasil. Vou fazer o caminho de Santiago (de Compostela).

Sobre os grampos ilegais, Pedro Taques afirmou que pesquisas revelam que não chegaram, absolutamente nada nele – e criticou a forma com que seu primo, Paulo Taques, ex-secretário chefe da Casa Civil, preso duas vezes - e considera um absurdo que até agora não tenha nenhuma denúncia contra Paulo.

“As pesquisas revelam que no caso do grampo, em mim, não chegou absolutamente nada. Não estou tirando a gravidade do fato, eu pedi para ser investigado, mas veja que o Paulo Taques foi preso duas vezes e, até agora, não tem denúncia contra ele. Ninguém sabe o que ele cometeu. Isso é um absurdo. Eu não analisei o processo para saber. Estou dizendo que alguma coisa tem aí. Como uma pessoa é presa e fica lá, e não tem uma denúncia?”, questionou.

Quanto aos comentários que o ex-governador Silval Barbosa roubava milhões, mas pagava salário em dia e não atrasava duodécimo de Poderes, Pedro Taques diz que vê com tristeza, porque são pessoas que defendem o “rouba mais faz”. “Nós não roubamos e precisamos fazer. Mas temos o componente da crise. Você tem uma receita que cresce, mas os gastos pessoais crescem mais”.

Sobre o que pensa da delação, Pedro Taques disse que é necessário repensar, porque o cidadão é criminoso, rouba e depois devolve muito pouco e fica como santo. “Sou favorável à delação, mas não desta forma. A família vive com o fruto do crime, viajando, comprando bolsas caras, carros maravilhosos. E quem trabalha? E quem acorda cedo e é honesto? E ainda podem acusar qualquer um. Aí está errado. Tem que mudar isso”.

Para Taques, a pena é pequena e defende que o criminoso fique mais tem preso e devolva tudo, “senão devolver tudo, não tem delação. E se mentir uma vez, não tem delação”.

O tucano disse que já tem número suficiente de partidos ao seu lado – e isso dá tranquilidade de ter tempo de TV e capilaridade no Estado. “Segundo a fofoca que rola, querem me isolar. Isolamento. Mas nós já temos partidos suficientes do nosso lado que nos dão a tranquilidade de ter tempo de TV e capilaridade no Estado. Não vou dizer que o DEM não é importante. É sim. Mas veja a atual situação: O MDB não está conosco, e nem queremos, assim como PT e PR. Fica uma interrogação no PTB e no PP. Mas, provavelmente, este será um lado”.

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