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Política Quarta-feira, 06 de Setembro de 2017, 18:01 - A | A

Quarta-feira, 06 de Setembro de 2017, 18h:01 - A | A

Coletiva

Botelho disse que Silval deve ter tido “confusão metal” quando esteve preso

Lucione Nazareth & Rojane Marta/VG Notícias

Maurício Barbant/ALMT

Eduardo Botelho

Presidente da Assembleia Legislativa de MT, Eduardo Botelho

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (PSB), negou ter recebido propina do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), e disse que o peemedebista deve ter sofrido “alguma confusão mental, pelo tempo que esteve preso”, para tê-lo acusado de receber “vantagem indevida”.

Após retornar de licença, Botelho concedeu na tarde desta quarta-feira (06.09), uma entrevista coletiva, para rebater as acusações de Silval Barbosa de que ele (Eduardo), e seu irmão, o empresário Rômulo Botelho, teriam se beneficiado com esquema de corrupção no âmbito do governo do Estado.

“Isso pode ter sido confusão mental, pelo tempo que esteve preso, ou foi por maldade”, disse Botelho ao iniciar a coletiva.

O parlamentar declarou que nem ele e e nem o seu irmão Rômulo, participaram de nada relacionado ao MT Integrado e nem do suposto “pagamento de propina” no valor de R$ 1 milhão para a ex-deputada federal e atual prefeita de Chapada dos Guimarães, Thelma de Oliveira (PSDB), para a liberação de emenda parlamentar.

“Nós não participamos do MT Integrado. Ele fala que meu irmão (Rômulo Botelho) articulou pagamento para Thelma de Oliveira. Nunca existiu nem conversa com Thelma a respeito disso. Não sei de onde ele imaginou isso”.

Sobre a empresa FDL, que presta serviços de gravames de veículos ao Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran/MT), e que segundo Silval teria efetuado pagamento de “vantagem indevida” ao Botelho, o presidente da AL/MT também negou qualquer participação.

“Eu participei como investidor na empresa de julho de 2010 a julho de 2012. Está tudo na minha declaração de renda e na Junta Comercial. Eu vou prestar os devidos esclarecimentos como empresário sobre isso”, limitou-se a dizer.

O parlamentar esclareceu sobre o pagamento de uma suposta propina no valor de R$ 1 milhão, que segundo o ex-governador, teria sido efetuada pela Construtora Nhambiquaras (a qual Eduardo Botelho é ligado) ao governo do Estado. O dinheiro está relacionado as obras de pavimentação asfáltica em Várzea Grande, orçadas em R$ 7 milhões, e que foram executadas por meio de convênio assinado pelo governo do Estado (gestão Silval) e a Prefeitura de Várzea Grande.

“Desse convênio ele pagou somente R$ 2,8 milhões. Não pagou a empresa. Ele largou no escanteio e até hoje a empresa está lutando para ver se recebe o restante do Estado, e nisso aí ele fala que foi pago R$ 1 milhão. Totalmente descabido. Ele não pagou a empresa, não empenhou, não fez nada. Largou simplesmente jogado debaixo do tapete. Não procede também”, explicou.

Sobre a isenção do ICMS do diesel concedido na gestão Silval, e que segundo o ex-governador, foi para o setor de transporte intermunicipal atendendo a pedido de Eduardo Botelho, o presidente do AL/MT, disse: “Ele disse que eu combinei junto com o deputado Romoaldo que votaria nas contas dele. Eu nunca estive com o ex-governador Silval para falar sobre isso. Ele diz que eu tive esse combinado com ele e não cumpri, e continuei falando mal do governo dele quando assumi como deputado, e votei contra as contas dele. Eu falei mal e votei contra porque nunca tive esse acordo com ele. Nunca existiu esse acordo”.

Botelho disse que esteve com Silval Barbosa apenas em duas oportunidades: a primeira quando o ex-governador mudou o modal do BRT para o VLT, na oportunidade Eduardo foi com um dos representantes da MTU para pedir a Silval que não mudasse o modal; e a segunda, em 2014, quando Botelho procurou Silval para buscar apoio do PMDB na eleição da Mesa Diretora da AL/MT.

Sobre as acusações do ex-governador relacionado ao pagamento de “mensalinho” a deputados estaduais, Botelho disse que irá adotar as devidas providências, como investigação, somente quando “chegar algo de concreto” sobre a denúncia do ex-governador.

“Não temos nada de concreto. Foi na Legislatura passada praticamente todos os atos. Sobre esse assunto eu vou aguardar”, disse Botelho, afirmando que “nunca ouviu” falar de “mensalinho” na AL/MT.

Sobre a imagem do Legislativo, o presidente da AL/MT disse que está “arranhada”, mas que por meio de “bom trabalho” dos 24 deputados, aprovando projetos de interesse da sociedade, pode mudar essa imagem. “Nós temos que fortalecer o Legislativo. Com isso podemos mudar isso”.

Além disso, Botelho garantiu que a CPI das Obras da Copa Mundo foi conduzida de “forma transparente”, e que apontou os erros cometidos pelos gestores públicos e empresas responsáveis pela execução das obras, como também quantificou “prejuízo” causado aos cofres públicos por conta das irregularidades.

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