O presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou nesta terça-feira (02.08) o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso de “criminoso” por ter se reunido, em 2021 [na época então presidente do Tribunal Superior Eleitoral] com líderes partidários na época da tramitação da PEC do Voto Impresso. A proposta defendida por Bolsonaro foi analisada na Câmara dos Deputados, mas não obteve os votos necessários para ser aprovada.
“No ano passado o Congresso iria aprovar o voto impresso. O que o Barroso fez. Na época, ele era presidente do TSE. Foi dentro do parlamento, nem tentou fazer escondido, se reuniu com uma dezena de líderes, e no dia seguinte, vários líderes trocaram os integrantes das Comissões de modo que votaram contra a PEC do Voto Impresso. [...] Então houve interferência direta do Barroso dentro do Congresso Nacional. Interferência política. Isso é crime na nossa Constituição. O Barroso é um criminoso”, disse o presidente em entrevista à Rádio Guaíba.
Ele ainda acrescentou: “Depois o Barroso vai para o Reino Unido fala lá que queriam ressuscitar o voto de papel como antigamente. Barroso, você é um mentiroso, um mentiroso. Não foi tratado isso lá. Estava na PEC do Voto Impresso”.
O presidente criticou o ministro Alexandre de Moraes devido às investigações abertas contra ele, principalmente em relação ao inquérito para apurar eventual crime na divulgação de informações sigilosas contidas no inquérito que investiga o ataque hacker sofrido pela Corte Superior Eleitoral em 2018.
“Os inquéritos do Alexandre de Moraes são completamente ilegais, imorais. É uma perseguição implacável por parte dele. A gente sabe o lado dele [em referência suposto apoio a Lula]. Eu falo que estamos jogando dentro das quatro linhas”, declarou Bolsonaro, chegando a citar suposta interferência na Polícia Federal [sem citar nomes] para que o inquérito não seja encerrado.
Ainda, segundo ele, o presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, equivocou-se ao defender as urnas eletrônicas durante sessão da Corte nessa segunda-feira (1º.08). “Respeito o Fux, de vez em quando trocamos algumas palavras. Ele é chefe de Poder. Mas, no mínimo, para ser educado, a fala foi equivocada, ou Fake News. Deveria estar [Fux] respondendo processo no inquérito lá do Alexandre de Moraes se fosse um inquérito sério e não essa mentira, essa enganação”, disse.
Ele finalizou dizendo: “No meu entender, presidente Fux verbaliza aquilo que chamo de algo para se defender, corporativismo. Não estou atacando o Supremo de jeito nenhum, mas, já é tão evoluído assim [urna eletrônica para votar], por que o Reino Unido, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Reino Unido, Itália não usam?”, questionando novamente as urnas eletrônicas.
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