O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) assegurou que o Projeto de Lei 561/2022 somente discute limpeza e turismo do Pantanal e negou que o texto autorize a instalação de empreendimentos portuários e hidrovias, que causam impacto ao bioma.
Ele avaliou que os críticos “inventam coisas” e que o objetivo da norma é trazer o pantaneiro de volta para o Pantanal, afugentadas pelos incêndios de 2020.
“Nós queremos o gado, queremos tratar da limpeza e do graminho no Pantanal, o resto alguém quer. Não somos nós. Estão tentando colocar coisas dentro do projeto, sinceramente não consigo entender porque não querem o pantaneiro no Pantanal, não querem o gato no Pantanal”, questionou o deputado.
A proposta criticada pelo deputado Ludio Cabral (PT) e ambientalistas, ganhou destaque após alerta sobre risco de escassez de águas ocasionadas pela mudança na forma da pecuária. Pesquisadores alertam que a medida poderá resultar no fim da área alagada ou no fim do Pantanal com a autorização de instalação de empreendimentos, considerado hidrovia. Sobre a questão, Avallone desafiou Ludio criar projeto que comprove que hidrovias prejudicam o bioma.
Deputado Ludio faça um projeto, mude o projeto da Bacia de Alto Paraguai e trate da hidrovia, vamos discutir juntos, contrate um estudo, mostre que a hidrovia faz mal para o Pantanal, transforme isso em fatos e vamos discutir
“O deputado Ludio está colocando a questão da hidrovia, não estou discutindo hidrovia, não estamos autorizando hidrovia. Se ele (Ludio) quiser discutir ele tem todo direito, prepara um projeto de lei e apresenta, faça igual à Comissão. Não venha inventar coisas. Não precisa criar hidrovia para discutir o projeto da limpeza do Pantanal”, criticou o deputado.
O parlamentar rebateu o alerta da pesquisadora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Solange Ikeda, sobre o projeto que autoriza o empreendimento ou instalação de hidrovias na parte alta de Cáceres a Corumbá que poderá mudar o curso da água levando a seca do Pantanal. “Não estamos mexendo no curso do Rio, não estamos mexendo em nada disso. Querer inviabilizar um projeto com informações distorcidas isso nós não admitiremos”, declarou.
Avallone justificou que a Comissão de Meio Ambiente só está discutindo a questão da limpeza no Pantanal no máximo em 40% e algumas mudanças para o turismo. Segundo ele, o maior objetivo na mudança do manejo é trazer o pantaneiro de volta para o Pantanal, afugentado pelos incêndios de 2020.
“Estamos com o apoio da Embrapa só permitindo a limpeza do Pantanal. Acho um absurdo tão grande ter dúvidas sobre isso. Vê se não tem alguma coisa por trás, ok tudo bem, nós estamos dizendo que não tem. Tem dúvida, fala qual é que corrigimos”, reclamou o parlamentar.
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