A presidente do Sindicato dos Motoristas Autônomos e por Aplicativo de Mato Grosso (Sindmapp), Solange Menacho, se reunirá nesta quarta-feira (17) com o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (União), e membros da Comissão de Segurança para discutir medidas de proteção para motoristas de aplicativo. Esta ação é motivada pelo recente latrocínio dos três motoristas, Nilson Nogueira, 42 anos, Elizeu Rosa Coelho, 58 anos, Márcio Rogério Carneiro, 34 anos.
Menacho pretende propor uma audiência com o Governo do Estado para solicitar a implementação de um "botão de pânico" nos aplicativos, uma medida que já reduziu entre 40% e 46% os assaltos em três outros Estados. "Queremos trazer para Mato Grosso, trazer para Cuiabá, e implantar", afirmou a presidente.
Questionada se tem informações sobre integrantes da quadrilha, que ainda não foram presos, ela disse desconhecer. Segundo a presidente, há muitas conversas, mas não tem nenhuma informação precisa. Contudo, revelou que em conversas com o delegado, foi informada sobre a investigação de participação de uma mulher. “Conversei com o delegado, que disse até então que seriam os três e que busca ainda uma moça, pedidos pelo aplicativo da senhora [moça] e da mãe de um deles.”
Solange Menacho também negou conversas sobre suposta “ordem do Comando Vermelho” para não mexer com os profissionais em Mato Grosso. “Isso já deu problema hoje cedo. Não procede! Aproveito para deixar claro para a população que a nossa categoria de trabalhadores busca tão somente a segurança.”
Indagada se os motoristas estão querendo desistir do trabalho de Uber em razão dos ataques, a sindicalista afirma que os profissionais trabalham dia e noite, mas o risco maior é na madrugada. Contudo, apesar do medo, precisam trabalhar.
“Não existe horário para roubo, mas o maior fluxo é na madrugada. Então, a gente já vem sofrendo isso, já não é de hoje, mas não com tanta brutalidade como nesse caso. A categoria precisa trabalhar, por mais que tenhamos medo, não tem como: temos que levar o sustento para casa.”
REGULAMENTAÇÃO
Solange Menacho afirma que o Sindicato apoia a legalização, porém, não aceita o dispositivo referente a hora trabalhada por motorista. “Tirando essa cláusula, o restante do Sindicato apoia, porque vem mais mecanismo de melhoria para a categoria.”
A regulamentação de serviço de motoristas de aplicativos é discutida na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (17).
Sobre as taxas previstas no do projeto de lei complementar que regulamenta a atividade (PLP 12/24), em tramitação no Congresso, Menacho afirma que “não é todos os motoristas que concordam com o que vai ter que ser pago, porém, vale salientar que hoje qualquer empresa que for para pagar o INSS é 11%, na nossa categoria a gente conseguiu baixar, porque já está apresentando hoje um projeto de alteração sobre essa PL 1224, onde o motorista só vai pagar 5%.”
Além disso, a sindicalista enfatiza as cobranças sob as plataformas para não repassar a taxa para os passageiros. “Que ela diminui o valor como foi combinado na época que começou os aplicativos, que seria até 20%, a gente está pedindo até 15%, porque o motorista teria mais margem e automaticamente não seria tão difícil para a gente pagar, e o imposto de renda hoje, vindo pela legalização, o motorista só declararia até 15%.”
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