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Política Terça-feira, 05 de Maio de 2015, 08:22 - A | A

Terça-feira, 05 de Maio de 2015, 08h:22 - A | A

Após ficar em silêncio duas vezes, Costa volta a depor a CPI da Petrobras

Ex-diretor da estatal foi levado do Rio a Brasília sob escolta da PF

G1.com

A CPI da Petrobras deve ouvir na tarde desta terça-feira (5), na Câmara dos Deputados, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores da Operação Lava Jato. Preso em regime domiciliar no Rio de Janeiro, o ex-dirigente da petroleira foi autorizado pela Justiça a viajar a Brasília, sob escolta da Polícia Federal (PF), para prestar seu terceiro depoimento aos parlamentares.

Costa foi preso em março do ano passado, na deflagração da Lava Jato, acusado de receber propina de fornecedores da Petrobras para facilitar a contratação dessas empresas. Depois de colaborar com a Justiça, ele foi autorizado a ficar preso em casa, monitorado por uma tornozeleira eletrônica.

Em setembro, o ex-diretor de Refino e Abastecimento esteve na CPI mista, formada por deputados e senadores, mas se recusou a responder às perguntas dos parlamentares.

Três meses depois, em dezembro, ele retornou à CPI mista para uma acareação com o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Em seu acordo de delação premiada, Costa revelou que o ex-colega foi um dos beneficiários do esquema de corrupção que agia na Petrobras, mas Cerveró sempre negou as acusações.

Na ocasião, os congressistas tentaram esclarecer pontos divergentes nos depoimentos dos dois ex-dirigentes da petroleira, porém, mais uma vez, Paulo Roberto Costa não quis falar.

Embora Costa tenha ficado calado nas outras duas vezes em que compareceu ao Congresso Nacional, desta vez, a expectativa dos parlamentares é que ele irá romper o silêncio.

“O teor de vários dos seus depoimentos à Polícia Federal, ao Ministério Público e à Justiça Federal já é conhecido. A expectativa, então, é que ele contribua para os trabalhos da comissão”, ponderou o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), vice-presidente da CPI.

Outro integrante da CPI, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) também espera que, nesta terça-feira, Paulo Roberto Costa auxilie a comissão parlamentar a avançar nas investigações das irregularidades cometidas na estatal do petróleo.

“Uma coisa é falar para o MP, outra é falar para 50 deputados, que podem sempre arrancar mais coisas. Se quiserem perguntar para valer, ele tem muito a dizer”, opinou Valente.

O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), que é um dos sub-relatores da CPI, espera que Costa esclareça supostas contradições em seus depoimentos à Justiça. “Uma hora ele falou uma coisa, mas depois já mudou”, observou Prascidelli.

O parlamentar petista disse aguardar que Paulo Roberto Costa dê detalhes sobre o suposto pagamento de propina de fornecedores da Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). “O ex-diretor [Costa] omitiu questões relacionadas aos recursos que, por ventura, tenham sido repassados ao PSDB em anos anteriores. Precisamos esclarecer isso”, disse o deputado do PT.

As delações premiadas de Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef serviram de base para a abertura de inquéritos contra 47 políticos, do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e do lobista Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano".

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