24 de Outubro de 2024
24 de Outubro de 2024
 
menu

Editorias

icon-weather
lupa
fechar
logo

Política Terça-feira, 25 de Julho de 2017, 13:43 - A | A

Terça-feira, 25 de Julho de 2017, 13h:43 - A | A

Sodoma

Advogado afirma que empresário antecipou prisões de grupo de Silval na gestão Taques

Lucione Nazareth/VG Notícias

VG Notícias

Chico Lima

Procurador aposentado e advogado são interrogados pela juíza Selma

A juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, ouve nesta terça-feira (25.07) o depoimento do procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho - o Chico Lima -, e do advogado Levi Machado, referente à ação penal que eles respondem por supostamente participarem do esquema que desviou mais de R$ 15,8 milhões dos cofres públicos do Estado por meio da desapropriação fraudulenta de um imóvel localizado na Capital.

Além dos dois, o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou outras pessoas, entre elas o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), por fazerem parte de uma suposta organização criminosa que recebeu vantagem indevida no valor de R$ 15.857.125,50, por meio da desapropriação de um imóvel que corresponde ao bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, paga em 2014 na gestão do peemedebista.

A denúncia aponta que Silval autorizou o pagamento de R$ 31,7 milhões pela área, sendo que R$ 15,8 milhões teriam retornado pela suposta organização criminosa chefiada pelo ex-governador, através de uma empresa de assessoria e organização de eventos.

Conforme depoimento do ex-secretário Pedro Nadaf, que também é réu na ação, dos R$ 15,8 milhões que retornaram, R$ 10 milhões ficaram com o ex-governador para pagamento de uma dívida com empresário Valdir Piran (que também é réu no processo). Já o restante teria sido dividido entre os demais participantes, no caso, ele (Nadaf), os ex-secretários Marcel de Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, Afonso Dalberto e Chico Lima (todos réus no processo).

Além deles ainda respondem ao processo: o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio Cezar Corrêa Araújo; os empresários Antônio Rodrigues Carvalho e Alan Malouf; e o ex-presidente da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), João Justino Paes de Barros. 

VG Notícias

Levi Machado

 

Atualizada às 14h17min - O primeiro a depor é o advogado Levi Machado. 

Sobre a denúncia, Levi conta que o empresário Antônio Rodrigues o procurou em 2004 para ajudá-lo a desapropriar a área do Jardim Liberdade vindo assumir o processo em 2005. Ele declara que logo após assumir a ação a justiça mandou desapropriar a área e a partir daí o empresário teria buscado o governo do Estado para resolver a questão administrativamente.

"Na época disse para que ele que deveríamos entrar com ação para receber pela desapropriação e por indenização devido às invasões nas área por parte de terceiro. No entanto, ele procurou o Estado para resolver o problema administrativamente", contou.

O advogado diz que foi o procurador Chico Lima que trouxe a Antônio Rodrigues a avaliação da área em R$ 31,8 milhões, e que na época o procurador disse que o empresário deveria aceitar a avaliação do Estado caso contrário o processo de pagamento de desapropriação não iria para frente. "Eu disse ao Chico Lima se aceitamos a avaliação o Estado vai pagar o valor. Procurei o empresário Antônio e disse sobre avaliação e que se não fosse aceito o processo pararia", relatou.

Machado relata que nessa ocasião voltou alertar Antônio Rodrigues da possibilidade de procurar a justiça e resolver o problema por meio judicial, no entanto, ele não aceitou e decidiu aceitar a proposta do governo do Estado.

O advogado revela que no decorrer do processo descobriu que o seu cliente (Antônio Rodrigues) devia mais de R$ 60 milhões com bancos, mas que ele declarou que resolveria o problema se arrumasse R$ 1 milhão.

Levi declara que ficou com medo de que o dinheiro da desapropriação fosse penhorado judicialmente por conta dos débitos, e que ele tentou "salvar" o contrato com o Estado. No entanto, o empresário teria vindo do Canadá e afirmado que já teria firmado acordo com o Chico Lima para resolver o imbróglio com o Estado.

Levi diz que o procurador teria o procurado e apresentou o empresário Filinto Muller. Filinto, segundo ele, apresentou um contrato de "cessão crédito onerosa", e que na oportunidade ele questionou a forma do contrato.

"Depois ele (Filinto) me ligou falando que estava tudo resolvido e eu levei o Antônio para assinar. Ele olhou, leu e assinou, ficando acordado de repassar os 50%", disse ele, relatando que Filinto informou que os pagamentos dos R$ 31,8 milhões da área seria com ele (Muller) e com ninguém mais.

Atualizada às 14h50min - O advogado diz que Filinto Muller o procurou em setembro de 2014 informando que o jornalista Antônio Carlos Millas estaria extorquindo e que ele deveria desativar a empresa que estava recebendo o dinheiro da desapropriação. Levi conta que Muller estava com medo do jornalista publicar matéria do contrato que uma empresa tinha com o governo do Estado, e que com medo das ameaças de Millas eles mudaram o contrato para o recebimento do dinheiro.

"Lembro que na época ele (Filinto) tinha projeto de ser o homem mais rico de Mato Grosso antes dos 40 anos", contou.

Machado revela que em outubro daquele ano Filinto o procurou e rasgou o novo contrato, e que logo após isso firmou outro contrato com data retroativa de fevereiro de 2014. "Ele argumentou na época que tinha até pegado dinheiro com mãe dele para quitar parcelas do dinheiro da desapropriação".

No depoimento, advogado revela que Filinto Muller disse que pegava dinheiro a qualquer momento em quantias diversas pelo fato de sua prima ser gerente do Banco do Brasil em Cuiabá, e que legalizava documentos até ilegais também a qualquer momento, por seus familiares terem um cartório na Capital.

Atualizada às 15h08min - Levi conta que no dia que Antônio Carlos Millas e seu filho foram presos, Filinto Muller disse a ele que em 2015, assim que o governador Pedro Taques assumisse o governo, uma série de pessoas seriam presas. "Eu não sei se ele tem bola de cristal. Ele falou que Silval Barbosa seria preso e outras pessoas que acabaram presas. Falou inclusive do Arnaldo Alves, sendo que perguntei quem seria, e ele (Filinto) disse o secretário de Planejamento", revelou, dando a entender que Filinto Muller teria informações privilegiadas.

Machado diz que o jornalista Antônio Carlos Millas chegou a procurá-lo para falar sobre o processo de desapropriação. "Eu esculhambei ele porque sabia da sua prática, e mandei ele não me procurar mais".

Atualizada às 15h25min - Levi relata que em uma reunião com Filinto Muller, o empresário estava "rodeado de capangas". "Eu não gostava daquilo ali".
Sobre o processo de desapropriação junto ao Estado, o advogado conta que nunca teve acesso e nem procurou ter acesso ao mesmo.

Atualizada em 15h35 min- Encerra o depoimento de Levi Machado.

Atualizada em 15h40min - A juíza Selma Rosane informa que não está bem, e redesigna o depoimento de Chico Lima para sexta-feira mesmo dia que irá depor Marcel de Cursi.

 

Siga a página do VGNotícias no Facebook e fique atualizado sobre as notícias em primeira mão (CLIQUE AQUI).

Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).   

RUA CARLOS CASTILHO, Nº 50 - SALA 01 - JD. IMPERADOR
CEP: 78125-760 - Várzea Grande / MT

(65) 3029-5760
(65) 99957-5760