A juíza aposentada Selma Arruda (PSL), que é pré-candidata ao Senado Federal nas eleições de 2018, em entrevista ao "VG Notícias no Ar", na manhã desta terça-feira (08.05), não fugiu e responder temas mais polêmicos. Selma criticou audiências de custódia - afirmando que a balança da Justiça pende mais para os criminosos, defendeu que os eleitores votem em pessoas com posturas éticas e que não respondam por crimes, ao criticar a venda de voto. Ela afirmou ainda que é contra e favorável a ao armamento.
Selma afirmou que tem experiência com leis e seria uma boa representante de Mato Grosso no Senado Federal. “Tenho experiência com leis e sei que desempenharei um bom mandato no Senado Federal, até por isso que não quero me candidatar para cargos no Poder Executivo. Administrar, eu administro apenas minha casa”, brincou a ex-magistrada.
Arruda disse que se for eleita irá trabalhar para desenvolver leis que “fortaleçam” a família, como projetos contra o aborto e liberação do armamento. “Sou contra o aborto. O aborto não é uma violência cometida contra a mulher, e sim uma violência contra o feto, que não pediu para ser gerado. Isso irei defender no Senado e com certeza desenvolveremos leis que possam dificultar o cometimento deste ato”.
Ela declarou ser favorável a mudança no Estatuto do armamento, e que isso possibilitará a “sensação de segurança” da família brasileira.
“Eu defendo que as pessoas, primeiro devem ser capacitadas para ter uma arma em casa, da mesma forma que as pessoas realizam hoje curso para ter uma habilitação e poder dirigir um veículo. Assim, defendo para concessão do armamento para todos, mas, capacitados”, alegando que arma deve ser utilizada para defesa do cidadão.
Selma declarou que hoje as pessoas estão refém da insegurança em suas residências. “Com isso, o criminoso pensaria duas vezes quando for cometer crimes. O cidadão também se sentiria mais seguro com porte de arma legal”.
Ao defender o armamento, a juíza aposentada disse que muitos criminosos cometem ilícitos porque têm a certeza da impunidade, e que sua experiência na magistratura fez desenvolver nela um pensamento que “as leis foram feitas para não darem certo”.
Na entrevista, ao fazer a análise sobre as leis e medidas protetivas a favor das mulheres, Arruda apontou que as tornozeleiras eletrônicas não evitam o cometimento de crimes, e defendeu que o Estado desenvolva programas de controle no monitoramento do equipamento eletrônico.
“A pessoa pode até usar tornozeleira para se manter longe das companheiras, mas ele sabe que o sistema é falho. Ele chega em casa e rompe o equipamento e volta a cometer crime. É preciso que o Estado invista recursos no controle das tornozeleiras eletrônicas”, declarou.
Ainda sobre as leis, a juíza aposentada afirmou ser contra as audiências de custódia e que elas podem “premiar” o agressor sem que a vítima seja ouvida. Ela ainda comentou que nas audiências de custódia os juízes têm apenas 24 horas para analisar os antecedentes criminais dos suspeitos, tempo, que segundo ela, é insuficiente. “O prazo de 24 horas é muito curto para você checar todas os antecedentes criminais do acusado. “Acredito que isso fortalece a teoria de que a polícia prende e a Justiça solta”, disse.
Quanto a economia, a ex-juíza diz defender leis que estabeleçam uma “concorrência” na questão bancária e que não haja monopólio dos grandes bancários no país, como também, que os grandes bancários possam pagar impostos de forma igual como todo o cidadão sem nenhum tipo de incentivo. Segundo ela, isso possibilitará a redução de juros, e acabaria com a possibilidade de corrupção.
Arruda ainda defendeu que os juízes e promotores devem ter bons salários, mas, afirmou que não irá entrar na política para defender os interesses dos magistrados.
A ex-juíza comentou sobre o pedido de manutenção da segurança pessoal a ser pago pelo Poder Judiciário de Mato Grosso. “É o mínimo que o Estado tem de me recompensar pelo serviço que prestei. Conseguimos recuperar milhões com nosso trabalho no Judiciário. Além disso, sofri ameaças logo depois de me aposentar”.
Arruda alega que ao entrar na política não seria prerrogativa para que o Judiciário “corte” a segurança pessoal. “O juiz Julier Sebastião, que saiu da magistratura, até hoje tem escolta. Eu saí a pouco tempo da magistratura, e sou alvo de ameaças, e por isso acredito que tenho direito a escolta”.
Além disso, ela ainda falou sobre Júlio Campos e Jaime Campos, justificando que não atacou os democratas e que apenas afirmou que a maneira deles verem a política é “velha”. “Inclusive eu gostaria de me encontrar com o Jaime e conversar com ele. Não houve qualquer ataque, apenas dei minha opinião sobre a forma que eles veem a política”.
Ao final da entrevista, Selma disse para o cidadão mato-grossense “renovar” e “qualificar” sua forma de votar. “As pessoas procurem renovar e qualificar a maneira de votar nas eleições de 2018. As pessoas tenham responsabilidade com seu voto. Não venda seu voto. Não tenha postura leviana porque no futuro você pode pagar por isso”, finalizou.
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