O policial militar, sargento William Ferreira, foi morto a tiros por um colega de farda, na noite deste sábado (21) no Batalhão da Polícia Militar do município de São José do Rio Claro (a 298 km de Cuiabá).
Em nota divulgada na manhã deste domingo (22), o comandante-Geral da Polícia Militar, Alexandre Mendes, confirmou o episódio e citou que os sargentos tiveram um desentendimento e culminou em disparos de arma de fogo um contra o outro.
De acordo com o comandante, os policiais já tinham rusgas antigas, citações duvidosas, inclusive de assédio. “Tudo isso, agora, povoa as redes sociais bem como foi informado pela imprensa local durante a cobertura e, certamente, será apurado pelo inquérito policial militar. Nada do que circula nas últimas horas deve ser estranho ao trabalho rigoroso da investigação”, diz trecho da nota.
A assessoria da Polícia Militar informou que o policial autor dos disparos foi preso em flagrante. Segundo assessoria, a Corregedoria-Geral da PM já instaurou inquérito para apuração dos fatos e adoção das medidas cabíveis.
"A Polícia Militar de Mato Grosso reforça que não coaduna com nenhum tipo de violência ou abuso de autoridade".
Confira nota do comandante na íntegra:
É com atenção que acompanhamos desde ontem o triste episódio envolvendo dois irmãos de farda. Não apenas a PMMT está consternada, mas, principalmente, São José do Rio Claro, onde esses profissionais dedicaram suas vidas e hoje amanheceu de luto; pasma.
Desde as primeiras informações que davam conta de um desentendimento entre dois sargentos, que culminara em disparos de um contra outro, no interior da Unidade Policial, passando posteriormente a relatos de animosidade prévia entre os dois, inclusive rusgas antigas de conhecimento comum, citações apócrifas inclusive de assédio. Tudo isso, agora, povoa as redes sociais bem como foi informado pela imprensa local durante a cobertura e, certamente, será apurado pelo inquérito policial militar. Nada do que circula nas últimas horas deve ser estranho ao trabalho rigoroso da investigação.
Para além da tragédia em que nos cabe imediatamente apoiar familiares, tropa e a cidade de São José do Rio Claro, resta ainda o alerta que episódios como esse sinalizam a nós, que é o devido cuidado com o ambiente de trabalho e nossa saúde mental, a nos demandar elevado autocontrole. Pois, considerando a carga emocional que suportamos, bem como os níveis de estresse próprios a quem está no front da segurança pública, é necessário que todos estejamos atentos, cuidando de nossa mente e relacionamentos na caserna. Mas não só. Identificando quem está no limite e precisa de ajuda, bem como aqueles que saturam negativamente os relacionamentos.
Encerro dizendo que episódios como ocorrido expressam realidades que muitas vezes só são observadas pela própria consciência e sentimentos de quem vive, e por isso, é tão difícil sua previsão. Cuidemos agora, e curemos, a tropa e a sociedade local que perdeu, cada um à sua maneira, duas referências no combate ao crime.
Alexandre Mendes - Cel PM
Comandante-Geral da PMMT.
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