Joilson James Queiroz, 57 anos, foi condenado nessa terça-feira (06.02) a 46 anos de reclusão por participar da chacina que vitimou quatro pessoas há 20 anos em uma fazenda em Várzea Grande. Ele foi condenado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, impossibilidade de defesa das vítimas e para assegurar ocultação de outro crime.
Após as investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Joilson foi apontado como um dos autores do crime, sendo responsável por ordenar a morte de três das vítimas. Ele foi o último dos investigados a ser preso, tendo o mandado de prisão cumprido em fevereiro de 2022, no Estado do Acre, 18 anos após o crime.
A chacina aconteceu em 20 de março de 2004, em uma fazenda às margens da BR-163, próxima ao Trevo do Lagarto, em Várzea Grande, quando as quatro vítimas haviam ido pescar em um dos tanques de peixe da propriedade. Oito funcionários participaram do crime, entre eles, Joilson, que era gerente da fazenda. Na época, o caso ficou conhecido como a “Chacina da Fazenda São João”.
Uma vítima foi morta por disparo de arma de foto e três delas foram amarradas e torturadas, antes de serem mortas por afogamento. Depois de mortos, os quatro tiveram os corpos jogados em diferentes pontos, em uma área da localidade de Capão das Antas, a fim de dificultar o trabalho investigativo da polícia.
Investigações
Conforme a investigação, os amigos teriam ido ao local na intenção de pescar para consumo de suas famílias, quando foram surpreendidos pelos seguranças da fazenda. Como não retornaram para casa, no dia seguinte, as famílias procuraram a polícia.
No dia em que as buscas começaram, a Polícia Militar localizou as bicicletas utilizadas pelas vítimas próximas à cerca da fazenda. Após diversas buscas, os corpos foram localizados em uma área fora da fazenda.
De acordo com depoimentos colhidos pela DHPP, um dos funcionários confirmou que ele e outros dois seguranças da fazenda encontraram os quatro rapazes pescando no tanque de piscicultura e atiraram contra as vítimas. Uma delas correu para o mato para se esconder, mas foi morta com um disparo no abdômen feito por um dos seguranças.
As outras três vítimas foram rendidas, ocasião em que um dos seguranças ligou para Joilson, que era o gerente da fazenda e disse que "três capivaras estavam presas e uma estava morta e que aguardavam a faca para arrancar o coro das que estavam vivas".
Após chegar à fazenda, Joilson foi o responsável por ordenar a morte das demais vítimas, uma vez que “já que um estava morto, deveriam matar os demais para não deixar pistas”. As vítimas foram jogadas amarradas dentro do tanque e morreram por afogamento.
As versões constam na reprodução da chacina, realizada pela Polícia Civil em maio de 2004, por solicitação do Ministério Público, da qual participaram dois dos investigados. Os dois envolvidos confirmaram que as vítimas foram amarradas e jogadas no lago em que pescavam e que demoraram pelo menos 20 minutos para morrer.
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