Um esquema bilionário de descontos associativos ilegais aplicados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi desarticulado, nesta quarta-feira (23.04), pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria Geral da União (CGU), durante a Operação Sem Desconto. Estima que o prejuízo causado aos beneficiários ultrapasse R$ 6 bilhões.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, falam à imprensa sobre a Operação "Sem Desconto". A operação, que apura fraudes no INSS, está sendo realizada em 13 Estados e no Distrito Federal. Ao todo, estão sendo cumpridos 211 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão.
As investigações revelaram que entidades, sindicatos e associações vinham realizando, desde 2019, cobranças sistemáticas de mensalidades diretamente nos contracheques de aposentados e pensionistas, sem qualquer autorização formal. De acordo com auditorias da CGU, o esquema movimentou R$ 6,3 bilhões até este ano. Uma análise interna do próprio INSS identificou R$ 45 milhões em descontos indevidos apenas entre 2023 e 2024.
Além do presidente e do procurador, segundo interlocutores, estão entre os afastados:
o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS, Giovani Batista Fassarella Spiecker;
o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa dos Santos; e
o coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jacimar Fonseca da Silva.
O sexto envolvido, afastado de suas funções, é um agente da PF que trabalha no aeroporto de Congonhas, mas não teve o nome divulgado. Segundo as investigações, ele dava apoio ao esquema.
Ainda de acordo com Vinicius Marques de Carvalho, ministro da Controladoria Geral da União (CGU), a fraude no INSS partiu de entidades que representavam os aposentados e pensionistas.
Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a ação está sob sigilo. Ele disse que as investigações estão apenas no começo.
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