O delegado Maurício Maciel Pereira Júnior afirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira (18.04), que identificou uma relação afetiva entre um dos alvos da Operação Engrenagem, que comandava roubos de dentro do sistema penitenciário de Mato Grosso. Segundo o delegado, embora compõem a quadrilha, homens e mulheres, em um dos crimes, a líder da quadrilha do lado de fora, manteve contato constante com o “preso” durante a ação criminosa.
O delegado afirmou ser possível identificá-los como um grupo, porém, não descartou a possibilidade de fazerem parte de uma facção.
“Eram um grupo, conseguimos nominar as pessoas que participavam. Pelo que se apurou, a coordenação do roubo era feito de dentro do sistema. Uma das executoras, praticamente a líder de execução, ficava o tempo todo em contato com a pessoa de dentro. Se apura inclusive uma relação afetiva entre ambos”, declarou o delegado da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (DERFVA).
Maurício Maciel afirmou que a investigação se iniciou em apuração a crimes de roubo de veículos. Ele conta que os crimes executados a mando dos alvos, que estavam dentro das penitenciárias, avançaram para outros "modus operandi", que envolviam restrição de liberdade das vítimas, "que eram mantidas reféns e acabavam sendo obrigadas a fazerem transferência via Pix", e, em outros casos, os criminosos mantinham familiares das vítimas restritas de liberdade, até a realização de saque. Os criminosos também utilizavam maquininhas para fazer crédito ou débito.
Segundo o delegado, os envolvidos que foram identificados estão presos por crimes graves, como roubo, trafico de drogas, homicídio. Contudo, os trabalhos continuam para desmantelar as ações criminosas.
Nesta investigação, Maurício Maciel afirmou que também foram identificadas o responsável pela execução do crime do lado de fora e também aqueles que cedem as contas bancárias. Haviam transações bancárias de até R$ 60 mil, sendo retirado pelos criminosos, todo o valor permitido do limite da vítima. Já os veículos escolhidos a preferência é por caminhonete em geral.
“Eles se colocavam para auxiliar, para recebimento, acabavam dando procedência aos valores ilícitos. Durante as investigações conseguimos demostrar que havia membros desse grupo, até os mentores, que cooptavam os agentes, seja de execução ou até dessas contas bancárias que seriam utilizadas estavam dentro do sistema prisional”, destacou.
Participaram como executor, sob comando do preso, tanto mulheres como homens: “Então a operação tem o objetivo de colher os elementos de informação necessários para a gente conseguir desmantelar o grupo que está coordenando as ações executadas do lado de fora”, disse o delegado.
Maurício Maciel explica que os criminosos atraiam as vítimas com anúncio na internet ou fingiam negociar imóveis. “Usava de ardis para conseguir levar as vítimas para um ambiente que elas fossem rendidas.”
Já o delegado Gustavo Garcia Francisco afirmou apontou a importância das parcerias, neste caso, em conjunto com a Polícia Penal, especialmente para identificar os mandantes. “O celular, qual a ferramenta do mandante, o telefone celular.”
MANDADOS - A Operação Engrenagem cumpriu mandados de busca e apreensão contra 12 alvos, sendo três na Penitenciária Central do Estado (PCE), dois no Complexo Penitenciário Ahmenon Lemos Dantas (em Várzea Grande), um em Santo Antônio do Leverger, dois em Várzea Grande e quatro em Cuiabá.
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