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Polícia Quinta-feira, 18 de Agosto de 2022, 16:44 - A | A

Quinta-feira, 18 de Agosto de 2022, 16h:44 - A | A

ALERTA

Com vítimas em Várzea Grande, golpe da portabilidade do salário mira servidores públicos

De acordo o delegado, além das vítimas de Várzea Grande, em Cuiabá foram 21 registros de ocorrência relatando o golpe nos primeiros três meses de 2022.

Adriana Assunção & Kleyton Agostinho/VGN

O delegado Pablo Carneiro, adjunto da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá, afirmou em entrevista ao nesta quinta-feira (18.08) que servidores públicos são as vítimas preferenciais do ‘golpe da portabilidade do salário’.

A modalidade de golpe ganhou repercussão após cinco servidores da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Ipase, em Várzea Grande, relatarem que foram vítimas. De acordo o delegado, além das vítimas de Várzea Grande, em Cuiabá, foram 21 registros de ocorrências relatando o golpe nos primeiros três meses de 2022.

“Esse golpe normalmente tem como vítima servidores, porque sabem qual é o dia que cai o pagamento. Eles (golpistas) fazem esse tipo de portabilidade pouco antes do pagamento, para a vítima não identificar a transação”, afirmou o delegado.

Ele explica que o golpe acontece quando estelionatos em posse de uma documentação falsa ou às vezes até verdadeira da vítima abrem uma conta bancária, normalmente em um banco digital. Após terem controle total da nova conta, com acesso por aplicativo de internet e cartão, fazem a solicitação de portabilidade em nome da vítima.

Leia mais: Médicos de VG são vítimas do golpe da portabilidade bancária e têm salários furtados

Sugerimos que as pessoas entrem em contato com as agências, formalizam por e-mail não permitindo essa portabilidade, a não ser, que confirme de fato, que essa solicitação foi feita pelo cliente

“Quando esse servidor se dá conta, o salário dele já foi creditado nessa nova agência, nova conta, onde o golpista tem total controle. Fizemos aqui um levantamento, a Delegacia de Estelionato, nesses três primeiros meses, foram contabilizados 21 registros de ocorrência desse golpe aqui em Cuiabá. Entendemos que esse número pode ser muito maior, porque às vezes a pessoa tem o dinheiro ressarcido de imediato pelo banco e sequer chega a fazer o registro de ocorrência”, disse o delegado.

Pablo Carneiro orientou as vítimas a entrarem em contato com a agência responsável pela conta bancária para formalizar um pedido não autorizando a portabilidade ou que façam uma conferência antes de uma autorização.

“Sugerimos que as pessoas entrem em contato com as agências, formalizem e-mail não permitindo essa portabilidade, a não ser, que confirme de fato, que essa solicitação foi feita pelo cliente de forma presencial ou em algum canal de atendimento que esse cliente tenha com sua agência”, disse Carneiro.

O delegado apontou falha de comunicação entre os bancos por não verificarem a documentação e a facilidade para portabilidade como fatores que facilitam o ambiente de golpe. “Nesse golpe a vítima às vezes não se dá conta, porque ela não perdeu a documentação, os bandidos utilizaram a documentação falsa, então, a vítima não teve nenhuma conduta ativa que permitiu a ação desses meliantes. Sugiro que entrem em contato com seus gerentes e solicitem que, caso haja uma solicitação de portabilidade, que confirme se esse pedido foi feito”, reiterou.

Ele também sugeriu uma consulta no site Registrato do Banco Central, onde é possível identificar as contas bancárias existentes. “Uma outra possibilidade é a pessoa fazer pelo menos uma vez por mês ou a cada dois meses a consulta no site registrado, para identificar a abertura de conta, se houve uma abertura de conta que ele não solicitou, então, se ele identificar que essa conta que foi aberta de imediato, poderá solicitar o cancelamento antes de cair no golpe”, encerrou.

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