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Polícia Sábado, 01 de Julho de 2017, 19:47 - A | A

Sábado, 01 de Julho de 2017, 19h:47 - A | A

Operação Spectrum

“Barão das drogas” é preso em Mato Grosso neste sábado (01)

Edina Araújo/VG Notícias

Reprodução

Polícia Federal

 “Barão de drogas” é preso em Mato Grosso neste sábado (01)

A Polícia Federal prendeu o traficante Luiz Carlos da Rocha, conhecido por “Cabeça Branca” considerado como um dos “barões das drogas” do Brasil. Ele era um dos traficantes mais procurados pela Polícia Federal e Interpol na América do Sul, com condenações proferidas pela Justiça Federal que somam mais de 50 anos de prisão. Ele foi preso neste sábado (01.07), em Sorriso (500 km de Cuiabá).

A prisão dele faz parte da Operação Spectrum, deflagrada pela PF para desarticular organização criminosa transnacional especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, o traficante vivia discretamente e nas sombras, reconhecido no meio policial pela experiência internacional, transcontinental e com larga rede ilegal de relacionamentos, desviando-se das investidas policiais há quase 30 anos.

Ele foi recentemente localizado pela área de combate ao tráfico de drogas da Polícia Federal mesmo com as alterações de suas feições faciais promovidas mediante cirurgias plásticas, a exemplo do que fez outro mega traficante internacional preso pela Polícia Federal em 2007, o colombiano Juan Carlos Ramírez-Abadía, vulgo Chupeta.

Diante da suspeita de identificação de Cabeça Branca, foi acionada área pericial da Polícia Federal que, de posse de dados fotográficos com os antigos traços faciais de Luiz Carlos da Rocha e a atual identidade fotográfica de Vitor Luiz de Moraes, concluiu-se que Luiz Carlos da Rocha e Vitor Luiz de Moraes é a mesma pessoa.

A organização criminosa de tráfico internacional de drogas liderada por Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, possuía perfil de extrema periculosidade e violência, sendo desvendada durante as investigações a utilização de escoltas armadas, ações evasivas, carros blindados, ações de contra vigilância a fim de impedir a proximidade policial, porte de armas de grosso calibre, bem como o emprego de ações violentas e atos de intimidação para se manter em atividade por aproximadamente 30 anos no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

O grupo criminoso capitaneado por Cabeça Branca operava como uma estrutura empresarial, controlando e agindo desde a área de produção em regiões inóspitas e de selva em países como a Bolívia, Peru e Colômbia, até a logística de transporte, distribuição e manutenção de entrepostos no Paraguai e no Brasil, fixando-se também em áreas estratégicas próximas aos principais portos brasileiros e grandes centros de consumo, dedicando-se à exportação de cocaína para Europa e Estados Unidos.

Também foi apurado que Luiz Carlos da Rocha é um dos principais fornecedores de cocaína para facções criminosas paulistas e cariocas. Estima-se que a quadrilha liderada por ele era responsável pela introdução de 5 toneladas de cocaína por mês em território nacional com destino final ao exterior e Brasil.
Segundo as investigações, a cocaína era transportada em aviões de pequeno porte que partiam dos países produtores Colômbia, Peru e Bolívia, utilizando-se do espaço aéreo venezuelano com destino para fazendas no Brasil, na fronteira entre os estados do Pará e Mato Grosso.

Depois de descarregada dos aviões do narcotráfico, a cocaína era colocada em caminhões e carretas, com fundos falsos especialmente preparados para o transporte da droga, cujo destino era o interior do Estado de São Paulo para distribuição para facções criminosas paulista e carioca, ou o Porto de Santos/SP, de onde era exportada para Europa ou Estados Unidos.

De acordo com a Polícia Federal, inicialmente, a estimativa é que o patrimônio sequestrado somente nesta primeira fase da Operação Spectrum é de aproximadamente US$ 10 milhões, concentrado em fazendas, casas, aeronaves, diversos imóveis e veículos de luxo importados.

A Polícia Federal em cooperação internacional com a polícia paraguaia receberá apoio para o cumprimento de buscas e apreensões no Paraguai, país onde Luiz Carlos da Rocha é proprietário de diversas fazendas e mantinha parte de suas operações criminosas.

Cabe destacar que as investigações apontam que o patrimônio adquirido por Luiz Carlos da Rocha com o tráfico internacional de drogas pode atingir a soma de US$ 100 milhões, consubstanciado em veículos e imóveis no Brasil e em outros países (registrados em nome de “laranjas”), bem como em contas bancárias em paraísos fiscais, elementos que serão objeto da segunda fase da Operação Spectrum. (Com informação da Polícia Federal)

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