Na manhã desta quinta-feira (19.10), a Polícia Civil de Sinop ( a 500 km e Cuiabá), realizou a Operação Cartão-Postal, um desdobramento de uma investigação que desvendou um esquema criminoso que teria desviado R$ 87 milhões dos serviços de saúde no município.
A operação culminou na prisão do advogado Hugo Florêncio de Castilho, considerado uma peça-chave nesse complexo quebra-cabeça de corrupção. Além do advogado, o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, teve a prisão decretada, mas segundo informações está foragido. Ainda, foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal em diversas cidades, incluindo Sinop, Cuiabá, Várzea Grande, São Paulo, Praia Grande e São Vicente, no Estado de São Paulo.
Com as prisões, uma série de medidas cautelares foi implementada, incluindo o monitoramento eletrônico, a suspensão do exercício da função pública e a proibição de atividades econômicas de seis empresas. Treze indivíduos estão sujeitos a medidas cautelares diversas da prisão, tais como a proibição de acessar as dependências administrativas da Saúde de Sinop, além de outras restrições.
A ação da Justiça não se limitou apenas às prisões e medidas cautelares. Com base nas investigações, foram bloqueadas as contas bancárias de 34 pessoas físicas e jurídicas, realizados sequestros de bens móveis de 21 envolvidos, e sequestros de bens imóveis de outros oito alvos. O objetivo dessas ações é recuperar os R$ 87.419.285,01 desviados, que correspondem ao valor total de três contratos firmados entre Sinop e a organização social responsável pela gestão da saúde no município.
Além disso, a Justiça determinou a retomada imediata das atividades da pasta da Saúde diretamente pelo próprio município, assumindo temporariamente toda a estrutura da organização social anteriormente encarregada desse serviço. A Prefeitura de Sinop foi instruída a avaliar a possibilidade de rescisão contratual com a organização social e apresentar um relatório detalhado sobre todas as irregularidades cometidas por ela.
Para assegurar a continuidade dos serviços de saúde na cidade, o Juízo ordenou a suspensão de todos os pagamentos previstos ou empenhados para a organização social.
A operação também permitiu o compartilhamento de provas e documentos com o Tribunal de Contas do Estado, visando a realização de uma auditoria completa. Devido à complexidade do esquema desvendado, a investigação foi desmembrada em três inquéritos policiais distintos.
Essa operação, fruto de mais de seis meses de investigações, expôs um esquema altamente sofisticado, com conexões profundas com o Poder Público Municipal, cujo principal objetivo era a fraude sistemática na prestação de serviços de saúde em Sinop, visando o lucro e repasses financeiros a líderes do esquema. A organização social envolvida mostrou ter sido ajustada especialmente para assumir precariamente a gestão da saúde na cidade.
A Polícia enfatizou que a organização social, apesar das suspeitas e alterações em sua composição, continuou a vencer dispensas de licitação, mantendo sua atuação na cidade até o presente momento. A investigação permanece em andamento, com a determinação de responsabilização e justiça como objetivos finais. (Com PJCMT).
Leia Também - Suspeitos de roubos de carretas e bancos morrem em confronto com a Polícia
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).