Será realizada na próxima terça-feira 27, às 14, na Câmara dos Deputados, audiência pública para tratar da instalação de hidrelétricas no Pantanal Mato-Grossense. Maior planície inundável do planeta, ele se estende por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul (a maior parte), Bolívia e Paraguai.
Para debater o tema, convocada pelo deputado Sarney Filho (PV-MA), estão convidados (lista completa abaixo) os governadores de MT e MS, representantes do ministérios públicos Federal e Estadual, dos produtores independentes de energia elétrica e a bióloga e cientista Débora Calheiros.
Prevê-se para a região a construção de 135 usinas hidrelétricas — a maioria de pequeno porte –, sendo que 44 já estão em operação. Porém, para pesquisadores e a Rede Pantanal de ONGs e Movimentos Sociais, essas usinas podem acarretar danos irreparáveis aos ecossistemas pantaneiros e às populações ribeirinhas.
Débora Calheiros é considerada uma experiente pesquisadora na área e questiona a implantação dessas usinas sem qualquer planejamento ou estudo integrado em nível de bacia hidrográfica, conforme determina a legislação vigente. Há 23 anos ela trabalha na Unidade Pantanal da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), estando atualmente cedida à Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá.
Em setembro, em entrevista ao Viomundo, Débora alertou:
As 135 hidrelétricas previstas na região têm alto risco de alterar o pulso de cheias e secas dos rios do Pantanal e afetar diretamente a produção pesqueira e a segurança alimentar de pescadores e ribeirinhos, bem como a atividade econômica da pesca profissional e turística da região.
Cerca de 70% da capacidade de geração de energia da bacia do Alto Paraguai [ onde se localiza o Pantanal] já está instalada e produzindo energia. Os 135 projetos, entre os atuais e os previstos, representam apenas cerca de 2% do fornecimento de energia para o país. O professor Dorival Jr, da Federal de Mato Grosso, lembra ainda que só o que Itaipu verte [deixa de movimentar as turbinas e produzir energia] é praticamente o mesmo que a Bacia do Alto Paraguai tem potencial para gerar. Portanto, a sociedade brasileira e pantaneira precisa decidir, agora, o que quer para o seu futuro próximo: gerar 2% de energia para o Brasil ou conservar o Pantanal.
Daí a extrema importância dessa audiência pública para a região pantaneira e a sociedade em geral. Afinal, como diz Débora Calheiros, a sociedade vai ter de escolher entre conservar o Pantanal ou gerar 2% de energia.Desde 2000, o Pantanal Mato-grossense é Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera.
JAVIDETUDO 22/11/2012
CONHEÇO O PANTANAL MATOGROSSENSE MUITO BEM A MAIS DE 30 ANOS, FAZENDO PESCARIAS E TURISMO, É COM CERTEZA UM DOS ECOSSISTEMAS MAIS COMPLETO DO MUNDO, TEM SIM QUE SER EXPLORADO, O TURISMO QUE COM CERTEZA DA UM RETORNO FINANCEIRO QUASE IGUAL AS MINI HIDROELÉTRICAS, SEM DESTRUIÇÃO DO MEIO AMBIENTE, E OUTRA, VALORIZANDO A POPULAÇÃO RIBEIRINHA EM DETRIMENTO DE UNS POUCOS PODEROSOS EMPRESÁRIOS.......VAMOS TER BOM CENSO
José Arimatéia 21/11/2012
Édna pelo amor de Deus faça propagar essa notícia em outros sites. Será o fim do pantanal se for autorizado a construção dessas usinas. Não tem estudo que justifica esses empreendimentos a não ser a ganância de meia duzia de empresários e por sinal todos são da turma da botina.
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