O delegado de Polícia Civil de Brasnorte (a 580 km de Cuiabá), Eric Márcio Fantin, indiciou o vereador do município, Reginaldo Carreirinha (MDB), e outras duas pessoas por envolvimento com “rinhas de galo”. Consta das investigações, que o parlamentar teria se gabado de receber R$ 100 mil em uma única luta entre os animais na cidade.
Segundo o documento, encaminhado no último dia 08 deste mês ao Poder Judiciário de Mato Grosso, a Polícia Civil recebeu denúncias relatando que existia um grupo organizado em Brasnorte para a prática de “rinha de galo”, cujas apostas somam milhões de reais. Nas investigações, os policiais identificaram que uma propriedade rural, conhecida como chácara do “Zé da Areia” (pessoa falecida), era utilizada para realização da luta dos animais.
Conforme a Polícia, em depoimento funcionários da chácara relataram que o local era de propriedade do vereador Reginaldo Carreirinha, e que os animais pertenciam Alceu Brandão [cerca de 30 galos] e Marin Silva Pereira [sete animais]. Segundo eles, os proprietários dos galos aplicavam medicamentos para eles brigassem, e que o local em que aconteciam os “combates” era chamado de “rinheiro”.
Ainda segundo eles, outro vereador da cidade chegou a frequentar a propriedade para acompanhar as brigas, e que inclusive vinham pessoas de outras cidades, como Juara e Campo Novo do Parecis, para apostarem nas “rinhas de galo”.
No inquérito, o delegado Eric Márcio, apontou que se verificou que na propriedade rural havia cerca de 10 galos para cada galinha, “pois a reprodução não visava quantidade, mas sim melhoria “genética” feita no “olho” (pois feita sem os conhecimentos técnicos necessários), ou seja, a criação de galos “bom de briga”.
Márcio destacou que um dos informantes da polícia revelou que Carreirinha, quando bebia, se “gabava” de ter ganho R$ 100.000,00 em uma única luta(rinha). Diante disso, o delegado disse que ficou demonstrado que Alceu Brandão, Marin Silva Pereira e Reginaldo Carreirinha para a associarem-se com o fim exclusivo de praticar crimes, em especial o de maus-tratos e o descumprimento de normas ambientais.
“Ante o exposto, entendo presentes os requisitos para indiciar: ALCEU BRANDÃO, MARIN SILVA PEREIRA e REGINALDO MARTINS RIBEIRO, em unidade de desígnios, nos termos do art. 29 do Código Penal, praticaram os seguintes crimes, em tese: Associação Criminosa, art. 288, caput, Código Penal; Abuso/maus-tratos a animais e descumprimento de norma de relevante interesse ambiental, art. 32 e 68 da Lei 9.605/98”, sic documento.
Outro Lado – A reportagem do 
entrou em contato com a Câmara Municipal de Brasnorte, porém, não obteve êxito. O espaço do #vg segue aberto caso o vereador Reginaldo Carreirinha deseje se manifestar, assim como os demais indiciados.
Durante o inquérito policial, Alceu Brandão e Marin Silva Pereira, foram ouvidos e negaram todas as acusações, afirmando que nunca utilizaram seus galos para rinha, e que jamais participaram de qualquer briga envolvendo os animais na chácara. Segundo eles, o vereador Reginaldo Carreirinha, teria apenas intermediado junto ao proprietário da chácara, identificado M.A, a disponibilização da propriedade para colocar os animais, sem qualquer ligação com atos ilícitos ou maus-tratos de animais.
Em depoimento à polícia, o vereador Reginaldo Carreirinha negou ser proprietário da chácara do “Zé da Areia”, e que o dono imóvel seria M.A.C. Ele afirmou que apenas “faz um favor” cuidando da propriedade, e que Marin Silva estaria lhe ajudando – tendo feito toda a manutenção da propriedade.
O parlamentar disse ainda que possuía em torno de sete animais na chácara da raça índio gigante, e que nunca houve nenhuma rinha, sendo que objetos relacionados às brigas são apenas para demonstração e para mostrar os animais.
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