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VGNJUR Quinta-feira, 30 de Junho de 2022, 09:23 - A | A

Quinta-feira, 30 de Junho de 2022, 09h:23 - A | A

CASO Pedro Guimarães

MPT cobra explicações da Caixa por ter acobertado casos de assédios supostamente praticados por Pedro Guimarães

Denúncia aponta que comando da Caixa sabia de assédio e acobertou casos até com promoções

Lucione Nazareth/VGN

O procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Rafael Mondego Figueiredo, encaminhou ofício solicitando explicações da Caixa Econômica Federal e do ex-presidente Pedro Guimarães, sobre relatos de assédio contra funcionárias do banco.  

O MPT abriu procedimento para apurar os casos de assédio, e consta do documento que o comando da Caixa sabia dos casos e acobertou as denúncias. Os primeiros casos chegaram aos canais de denúncia do banco ainda em 2019, quando Pedro Guimarães assumiu a presidência, sendo que alguns executivos ajudaram o então presidente a acobertar os casos dando inclusive promoções.  

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No documento enviado a Caixa, que o procurador Rafael Mondego quer explicações da Caixa sobre a informação recebida pelo Ministério Público do Trabalho de o banco tinha conhecimento da prática de assédio sexual por parte de Pedro Guimarães desde 2019, porém, a instituição teria acobertado os fatos.  

Ele pede a relação de denúncias eventualmente apresentadas contra Guimarães desde que assumiu o cargo de presidente da empresa pública, informando o desfecho de cada uma delas; assim como manifestação sobre casos de assédio cometidos por Celso Leonardo Barbosa (vice-presidente da Caixa) e informações sobre o desfecho das apurações.

Além disso, requereu relação de todas as reclamações de assédios apresentadas à Caixa a partir de 2019 por meio do canal interno; e o nome, celular, e e-mail de pessoa autorizada a receber as notificações do MPT na forma eletrônica.

Outro Lado - Sobre os casos de assédio, a Caixa Econômica Federal por meio de nota nega ter conhecimento dos casos e diz ter vários mecanismos internos de controle, assim como repudia “qualquer tipo de assédio” e que já foram realizadas “diligências internas que redundaram em material preliminar” e a Corregedoria abriu a investigação interna. 

Já Pedro Guimarães, em carta publicada, nega ter cometido os supostos assédios contra as funcionárias.  

Guimarães foi demitido da Caixa e no seu lugar assumiu Daniella Marques, ex-secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia.

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Leia a íntegra da nota da Caixa:

“A CAIXA repudia qualquer tipo de assédio e informa que recebeu, por meio do seu canal de denúncias, relato de casos desta natureza na instituição. A investigação corre em sigilo, no âmbito da Corregedoria, motivo pelo qual não era de conhecimento das outras áreas do banco.  

“Por oportuno, a CAIXA destaca que o seu canal de denúncias é administrado por órgão externo à instituição, que garante a transparência, segurança e proteção para denunciantes (empregados, clientes, usuários, terceirizados, parceiros) que queiram apontar atos ilícitos cometidos por empregados CAIXA ou que tenham tido sua participação.  

“No âmbito da investigação interna que está em andamento, instaurada em maio de 2022, foram realizados contatos com o/a denunciante, que permanece anônimo/a. Foram ainda realizadas diligências internas que redundaram em material preliminar, que está em avaliação.  

“Portanto, a Corregedoria admitiu a denúncia e deu notícia ao/à denunciante, se colocando à inteira disposição para colher o seu depoimento, mantendo seu anonimato.  

“Eventuais novas informações serão imediatamente integradas ao procedimento de apuração.”

 

Leia íntegra da carta de Pedro Guimarães:  

“À população brasileira e, em especial, aos colaboradores e clientes da CAIXA:

“A partir de uma avalanche de notícias e informações equivocadas, minha esposa, meus 2 filhos, meu casamento de 18 anos e eu fomos atingidos por diversas acusações feitas antes que se possa contrapor um mínimo de argumentos de defesa. É uma situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade.  

“Foi indicada a existência de um inquérito sigiloso instaurado no Ministério Público Federal, objetivando apurar denúncias de casos de assédio sexual, no qual eu seria supostamente investigado. Diante do conteúdo das acusações pessoais, graves e que atingem diretamente a minha imagem, além da de minha família, venho a público me manifestar.  

“Ao longo dos últimos anos, desde a assunção da Presidência da CAIXA, tenho me dedicado ao desenvolvimento de um trabalho de gestão que prima pela garantia da igualdade de gêneros, tendo como um de seus principais pilares o reconhecimento da relevância da liderança feminina em todos os níveis da empresa, buscando o desenvolvimento de relações respeitosas no ambiente de trabalho e por meio de meritocracia.  

“Como resultados diretos, além das muitas premiações recebidas, a CAIXA foi certificada na 6ª edição do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, do MMFDH (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), além também de ter recebido o selo de Melhor Empresa para Trabalhar em 2021 – Great Place To Work, por exigir de seus agentes e colaboradores, em todos os níveis, a observância dos pilares Credibilidade, Respeito, Imparcialidade e Orgulho.  

“Essas são apenas algumas das importantes conquistas realizadas nesse trabalho, sempre pautado pela visão do respeito, da igualdade, da regularidade e da meritocracia, buscando oferecer o melhor resultado para a sociedade brasileira em todas as nossas atividades.  

“Na atuação como Presidente da CAIXA, sempre me empenhei no combate a toda forma de assédio, repelindo toda e qualquer forma de violência, em quaisquer de suas possíveis configurações. A ascensão profissional sempre decorre, em minha forma de ver, da capacidade e do merecimento, e nunca como qualquer possibilidade de troca de favores ou de pagamento por qualquer vantagem que possa ser oferecida.  

“As acusações noticiadas não são verdadeiras! Repito: as acusações não são verdadeiras e não refletem a minha postura profissional e nem pessoal. Tenho a plena certeza de que estas acusações não se sustentarão ao passar por uma avaliação técnica e isenta.  

“Todavia, não posso prejudicar a instituição ou o governo sendo um alvo para o rancor político em um ano eleitoral. Se foi o propósito de colaborar que me fez aceitar o honroso desafio de presidir com integridade absoluta a CAIXA, é com o mesmo propósito de colaboração que tenho de me afastar neste momento para não esmorecer o acervo de realizações que não pertence a mim pessoalmente, pertence a toda a equipe que valorosamente pertence à CAIXA e também ao apoio de todos as horas que sempre recebi do Senhor Presidente da República, Jair Bolsonaro.  

“Junto-me à minha família para me defender das perversidades lançadas contra mim, com o coração tranquilo daqueles que não temem o que não fizeram.  

“Por fim, registro a minha confiança de que a verdade prevalecerá.  

Pedro Guimarães.”  

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