A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), se mostrou “otimista” nesta terça-feira (24.10) sobre a possibilidade da Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar novas denúncias contra os investigados que constam no relatório final da Comissão.
Nesta terça (24), Eliziane Gama entregou cópias do relatório final da CPMI do 8 de janeiro na PGR e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes, relator dos inquéritos relacionados ao 8 de Janeiro na Corte.
“Saímos daqui com a certeza e a convicção de que realmente poderá haver a denúncia do Ministério Público a partir dos 61 indiciamentos”, declarou a senadora.
A parlamentar também entregará de forma simbólica o relatório da Comissão para a Controladoria Geral da União (CGU), Polícia Federal e Tribunal de Contas da União (TCU).
Relatório da CPMI do 8 de Janeiro
No documento de 1.333 páginas, a senadora Eliziane Gama pede de indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro citando que ele tem responsabilidade direta “como mentor moral” de grande parte dos ataques às figuras republicanas que “impusessem qualquer empecilho à sua empreitada golpista”.
Eliziane Gama pediu o indiciamento do ex-presidente pelos seguintes crimes associação criminosa; tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito; golpe de Estado; e emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos.
Ela pediu também o indiciamento do produtor rural de Mato Grosso, Antônio Galvan, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil); e vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), o produtor rural de Nova Mutum, Lucas Costa Beber.
Outro nome que consta no relatório é do mato-grossense Alan Diego dos Santos Rodrigues que foi condenado em maio deste ano pela Justiça do Distrito Federal por envolvimento na bomba encontrada em um caminhão próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília.
A relatora ainda requereu aprofundamento das investigações em relação ao empresário mato-grossense do agronegócio, Argino Bedin e seus familiares, sobre participação deles no financiamento dos atos antidemocráticos.