Com 20 votos favoráveis, 11 contrários e uma abstenção, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro aprovou nesta quarta-feira (18.10) o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) que pediu o indiciamento de 61 pessoas por integrar ou estimular atos.
No documento de 1.333 páginas, a parlamentar pede de indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro citando que ele tem responsabilidade direta “como mentor moral” de grande parte dos ataques às figuras republicanas que “impusessem qualquer empecilho à sua empreitada golpista”.
Eliziane Gama pediu o indiciamento do ex-presidente pelos seguintes crimes associação criminosa; tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito; golpe de Estado; e emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos.
A senadora pediu também o indiciamento do produtor rural de Mato Grosso, Antônio Galvan, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil); e vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), o produtor rural de Nova Mutum, Lucas Costa Beber.
A senadora citou relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no qual apontou Galvan como o principal líder dos ataques antidemocráticos ocorridos em 08 de janeiro em Brasília. O produtor rural foi apontando como líder do Movimento Brasil Verde e Amarelo (MBVA), formado por produtores rurais, nos ataques, no qual estaria inserido Lucas Costa Beber.
"Assim, Antônio Galvan, Jeferson da Rocha, Vitor Geraldo Gaiardo, Humberto Falcão, Luciano Jayme Guimarães, José Alípio Fernandes da Silveira, Valdir Edemar Fries, Júlio Augusto Gomes Nunes, Joel Ragagnin, Lucas Costa Beber e Alan Juliani, líderes e principais articuladores do MBVA, devem ser responsabilizados pelas condutas criminosas capituladas nos arts. 288 (associação criminosa), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) e 359-M (golpe de Estado), todos do Código Penal", diz trecho do relatório.
Outro nome que consta no relatório é do mato-grossense Alan Diego dos Santos Rodrigues que foi condenado em maio deste ano pela Justiça do Distrito Federal por envolvimento na bomba encontrada em um caminhão próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília.
A relatora ainda requereu aprofundamento das investigações em relação ao empresário mato-grossense do agronegócio, Argino Bedin e seus familiares, sobre participação deles no financiamento dos atos antidemocráticos.
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