Natural do Rio de Janeiro, Marcus Cruz, 56 anos, possui uma destacada trajetória acadêmica com graduação, mestrado e doutorado em História pela UFRJ. Na UFMT desde 2006, ele ocupou várias posições de liderança, incluindo a direção do IGHD e participações em conselhos relevantes da universidade.
Nesta entrevista exclusiva ao , Marcus Cruz, candidato à Reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso, destaca suas motivações e principais propostas para a instituição. Ele ressalta a importância de concluir o Campus de Várzea Grande, cuja construção se estende por quase uma década. O doutor em história promete direcionar recursos especificamente para finalizar as obras, criando um grupo de trabalho dedicado a esse fim.
Cruz critica a atual gestão pela sua ineficácia em encontrar soluções para a falta de um campus próprio, impactando negativamente a qualidade educacional. Ele destaca, especialmente, a necessidade de laboratórios.
Ele também enfatiza o fortalecimento da formação acadêmica e da inserção profissional dos graduados por meio de parcerias com entidades empresariais e institucionais, considerando o diálogo com a sociedade como um elemento central de sua gestão.
Marcus Cruz vê o campus de Várzea Grande como um futuro centro de inovação e tecnologia, trazendo benefícios significativos para a região e contribuindo para o desenvolvimento urbano.
A entrevista com Marcus Cruz abrange desde as razões de sua candidatura até os pormenores de suas propostas para superar os desafios atuais e futuros da universidade, com ênfase na conclusão do Campus de Várzea Grande e na formação de parcerias estratégicas para o fortalecimento da instituição.
Veja a íntegra da entrevista
VGN - Por que o senhor colocou o seu nome para disputar a reitoria da Universidade?
Marcus Cruz - Refleti profundamente antes de me candidatar à reitoria da UFMT. Minha motivação vem de um compromisso profissional, ético e sentimental com a universidade. É desolador testemunhar o abandono, o desleixo e a apatia que assolam nossa comunidade acadêmica. Minha candidatura visa transformar essa realidade, cuidar e redirecionar a UFMT.
VGN - Qual a principal proposta de sua chapa para a UFMT?
Marcus Cruz - Após oito anos de gestão atual, falta à UFMT um projeto de universidade. Precisamos debater urgentemente seu futuro, definindo áreas de excelência nacional e internacional. Enfrentaremos problemas arrastados, como a revisão do estatuto e a elaboração de um regimento geral. Nossa gestão se pautará no diálogo qualificado, na valorização humana e na sustentabilidade. Nosso objetivo é construir, com a comunidade acadêmica, um projeto para a UFMT que a destaque na América Latina.
VGN - Na sua opinião, por que as obras do IFMT estão avançando, enquanto as obras do Campus Universitário de Várzea Grande ainda não foram concluídas após quase dez anos de seu início?
Marcus Cruz - Não é uma opinião é uma constatação que os números do portal da transparência comprovam. A gestão do IFMT é mais eficiente e hábil na captação de recursos junto as diferentes fontes, como por exemplo a bancada federal do Estado de Mato Grosso ou mesmo junto aos ministérios. Além disso, é muito importante destacar, a reitoria do IFMT utiliza o recurso recebido para ser utilizado nas obras do seu campus em Várzea Grande para efetivamente realizar as obras o que infelizmente não aconteceu com a verba destinada pelo Ministério da Educação em 2022 para o campus de Várzea Grande da UFMT que a maior parte dela foi utilizada para compra de aparelhos de ar condicionado e para retomar obras no campus de Cuiabá. Por isso, nosso compromisso com a campus de Várzea Grande e com o povo várzea-grandense é terminar no menor prazo possível o campus utilizando integralmente os recursos obtidos para a realizar as obras no campus.
VGN - Na sua opinião, como a falta de um campus próprio afetou a qualidade do ensino e o desenvolvimento dos cursos da Faculdade de Engenharia?
Marcus Cruz - O prejuízo para os estudantes é sem sombra de duvida muito grande. A falta de laboratório, por exemplo, não permite que os acadêmicos vivenciam na prática o conhecimento teórico que aprenderam o que afeta a qualidade do ensino. E para piorar a situação atual gestão dificulta, ou mesmo impede alternativas para minimizar esses prejuízos como visitas técnicas a empresas ou o intercambio e parceria com outras universidades. Em contraposição e lutando contra essa deplorável situação temos o excepcional trabalho, o meritório esforço dos docentes e técnicos do campus de Várzea Grande que em condições de trabalho precárias conseguem, ainda sim, oferecer uma formação de grande qualidade aos nossos estudantes.
VGN - Caso ganhe as eleições na UFMT, o sr. tem um cronograma com prazos estabelecidos para a conclusão das obras do Campus de VG?
Marcus Cruz - O estabelecimento de um cronograma para as obras do campus de Várzea Grande depende de uma série de variáveis que ainda não estão todas disponíveis, tais como liberação de recursos, prazos de licitação, adequações nos projetos das obras. A nossa gestão terá um grupo de trabalho dedicado inteiramente a tarefa de concluir o campus de Várzea Grande, não apenas no menor prazo de tempo possível, como também atendendo as demandas da comunidade acadêmica para que possamos ter um campus com uma infraestrutura de qualidade e adequada das necessidades de ensino, pesquisa e extensão.
VGN - Quais são as perspectivas de parcerias com empresas e instituições locais para fortalecer a formação dos alunos e promover a inserção profissional dos graduados?
Marcus Cruz - O diálogo com a sociedade é um dos eixos centrais de nossa proposta de gestão. Portanto, o estabelecimento de parcerias, convênios e intercâmbios com instituições públicas e empresas privadas é uma prioridade. Entendemos que a universidade possui a importante função de contribuir para a melhoria da vida das pessoas e faz isso não apenas formando profissionais qualificados para atuarem no mundo do trabalho, mas também desenvolvendo pesquisas que ajudar na qualidade de vida de todos nós, assim como realizar atividade de extensão para contribuir para solucionar os problemas que atravessam a nossa sociedade.
VGN - Quais são os impactos positivos que a universidade espera alcançar ao ter um campus em Várzea Grande, tanto para a comunidade acadêmica quanto para a região em geral?
Marcus Cruz - O campus de Várzea Grande tem um enorme potencial para trazer um significativo impacto para o povo várzea-grandense e também para todos os mato-grossenses. É um projeto belíssimo e essencial de termos, a partir da concentração de instituições de ensino superior públicas, uma cidade tecnológica. Algo que existe em diversos países. A constituição de um polo de inovação e tecnologia é uma oportunidade de atrair para VG empresas, industriais para aproveitarem não apenas a qualidade dos profissionais formados, mas também interessadas em tecnologias de ponta.
É uma possibilidade única para o município e para o Estado de diversificação de suas atividades econômicas e principalmente de conexão com o que há de mais dinâmico em termos de cadeias produtivas que é exatamente a inovação tecnológica. Por outro lado, o campus de VG da UFMT será um elemento fundamental no adensamento urbano da região incrementando a prestação de serviços com impactos positivos para diversos e diferentes setores da sociedade. Várzea Grande precisa do campus da UFMT e a nossa gestão vai realizar esse sonho do povo de VG.
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