A maioria dos eleitores mato-grossenses disse não a continuação do mandato de três deputados federais e de oito estaduais. Eles tiveram uma queda no número de eleitores se comparado os votos recebidos em 2014, com os votos de 2018.
Na Câmara Federal foram reprovados nas urnas os mandatos dos deputados Ezequiel Fonseca (PP), Valtenir Pereira (MDB) e Victório Galli (PSL).
Ezequiel Fonseca, o sexto mais votado em 2014, onde obteve 90.888 votos, em 2018 os seus votos caíram para 32.410, ou seja, 58.470 mil eleitores a menos em quatro anos. A rejeição ao nome de Ezequiel pode estar ligada à delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, cujos vídeos entregues à Justiça e amplamente veiculados na imprensa nacional mostraram Fonseca recebendo maços e maços de dinheiro, fruto de propina paga pelo ex-governador, e guardando as notas em uma caixa de papelão. Confira matéria relacionada: “Já pensou se este trem abrir de uma vez ali” diz deputado de MT ao guardar propina em caixa de papelão
Valtenir Pereira, por sua vez, que em 2014 ficou em 8ª posição dos mais votados, com 62.923 mil votos, nestas eleições recebeu 44.135 votos, ou seja, em quatro anos, 18.788 eleitores deixaram de acreditar em suas propostas.
Galli, que nas eleições de 2014 conquistou 64.691 mil votos, neste pleito obteve 52.947 votos, ou seja, 11.744 mil eleitores não aprovaram seu desempenho na Câmara Federal.
Já na esfera estadual, oito deputados tiveram seus mandatos reprovados nas urnas e ao longo de quatro anos perderam votos, não conseguindo a reeleição, são eles: Romoaldo Júnior (MDB), Mauro Savi (DEM), Pedro Satélite (PSD), Wagner Ramos (PSD), Zeca Viana (PDT), Adalto de Freitas – Daltinho (Patriota), Oscar Bezerra (PV) e Saturnino Masson (PSDB).
Em 2014, Romoaldo Júnior obteve 41.764 votos, sendo o 5º deputado mais votado no Estado, porém, em 2018, ele não conseguiu nem 50% dos votos conquistados na eleição anterior. Ele obteve 18.467 votos.
Mauro Savi, em quatro anos – das eleições de 2014 para as de 2018 -, seus votos caíram de de 55 mil para 11 mil. Nas eleições de 2014, ele conquistou 55.233 votos, e em 2018 o democrata conseguiu 11.683 votos, e não obteve êxito na disputa. Leia matéria relacionada: Em quatro anos, votos de Mauro Savi caem de 55 mil para 11 mil e candidato fica fora da AL/MT
Pedro Satélite foi eleito deputado em 2014 com 20.120 votos, em 2018 fez 13.860. Saturino Masson, em 2014, obteve 16.262 votos, já em 2018 13.424.
Nem mesmo a oposição “ferrenha” ao governo de Pedro Taques (PSDB), não conseguiu reeleger o deputado Zeca Viana (PDT), que em 2014 conquistou 35.300 mil votos, mas, em 2018 alcançou 12.603 mil votos.
Oscar Bezerra também não foi bem nas urnas. Em 2014 fez 20.390 mil votos e nestas eleições 11.827. Adalto de Freitas – o Daltinho -, fez 7.528 votos nestas eleições, um pouco mais da metade feita em 2014, de 14.304 votos. Wagner Ramos, por sua vez, conquistou 8.049 votos em 2018, 18.435 a menos do que os votos recebidos em 2014, que foram: 26.484.
No entanto, no meio dos deputados que perderam votos, tem o que conquistou mais votos nestas eleições, mas, por conta do quociente eleitoral, não conseguiu garantir uma cadeira na Assembleia, caso que ocorreu com Silvano Amaral (MDB). Ele foi eleito em 2014 com 15.310 mil votos, nestas eleições obteve 18.068, mas, não alcançou a quantidade de votos necessários para ser titular da vaga, ficando como segundo suplente de sua coligação.
O deputado Adriano Silva (DEM), que tentou uma cadeira no Congresso Federal também teve um progresso nos votos. Em 2014, quando se elegeu deputado estadual, obteve 18.118 votos, já em 2018, na disputa para deputado federal, conseguiu 40.005 votos, porém o número não foi o suficiente para garantir a vaga.
Nomes conhecidos – Outros nomes conhecidos também foram rejeitados nas urnas, como é o caso do ex-deputado que tentou novamente uma cadeira, Eliene Lima (PTB).
Eliene Lima, que não conseguiu se reeleger em 2014, devido não ter atingido a média eleitoral, apesar de uma votação expressiva: 43.091 mil votos, nas eleições deste ano obteve 9.330 votos, equivalente a pouco mais de 2% dos votos recebidos em 2014. Ele também teve o nome envolvido em escândalos de corrupção, a exemplo de sua condenação pela Justiça Federal, no início de 2018, por manter sua empregada doméstica por dois anos como assessora parlamentar fantasma em seu gabinete em Brasília, durante os anos de 2007 e 2009.
Ainda, foram reprovados: ex-vice-governador Chico Daltro (PRB) – que tentou uma vaga na Assembleia Legislativa e obteve 5.548 votos; ex-deputado Carlos Brito (PSB) – 5.464 e o ex-deputado federal Tampinha Curvo que tentou também uma vaga na AL/MT, obtendo 7.583 votos.